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Igrejas se tornam atividades essenciais no Plano São Paulo

Elas podem funcionar mesmo durante o lockdown e a fase vermelha

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (1º de março) a inserção das igrejas como atividades essenciais dentro do Plano São Paulo. Dessa forma, quaisquer templos religiosos poderão funcionar, mesmo em situações de lockdowns e até nos decretos de fase vermelha do plano de flexibilização.

Segundo ele “o decreto reconhece a essencialidade de todas as igrejas no estado de São Paulo e o seu funcionamento com a regularidade, obedecidos os critérios sanitários de proteção aos que dela participam. Esperança, fé e oração: com vacinas, vamos vencer a COVID. Viva a vida”, disse.

Entrou em contradição

Só que este anúncio foi na contramão de uma proposta que foi apresentada na última semana. Surgiu um projeto de lei do deputado estadual Gil Diniz (sem partido) que estabelecia atividades religiosas como essenciais em tempos de crises.

Segundo o pastor Luciano Luna, um conselheiro religioso do governo, Doria avaliou que o texto de Diniz – braço bolsonarista na Assembleia Legislativa paulista – carecia de requisitos sanitários. “Estava muito genérico, por isso ele tinha vetado. A preocupação dele sempre foi com a saúde. As igrejas têm bastante gente.”

O veto enfureceu líderes evangélicos. A Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, destacou em seu site: “Mesmo que as entidades religiosas tenham desempenhado papel fundamental – durante a pandemia de Covid-19 causada pelo coronavírus-, o governador não entendeu desta forma e vetou o projeto”.

Doria lançou o gesto às igrejas num palanque em que tinha de um lado Damaris Moura (PSDB), eleita com apoio forte dos adventistas, e do outro Marta Costa, filha do pastor José Wellington Bezerra da Costa, que por anos comandou a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (hoje sob tutela de outro filho).

Carolini Gonçalves, presidente do Núcleo Cristão do PSDB em São Paulo, diz que o governador se sensibilizou pelo papel exercido pelas entidades religiosas, “ainda mais evidenciado neste período pandêmico”. E que isso não se restringe aos evangélicos.

“Além do fator religioso, pela fé, as entidades realizam trabalho essencial como terceiro setor. A exemplo disso, o trabalho do padre Júlio Lancelotti, que, entre suas atividades, é referência no tratamento e cuidado de moradores de rua. Ele foi símbolo de vacinação aqui na cidade.”

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