Família pede ajuda para comprar injeção de esquizofrenia para jovem
Aaron Paulino de Souza, de 24 anos, de Campo Limpo Paulista (SP), foi diagnosticado com a doença aos 16 anos; mobilização pretende arrecadar R$ 6 mil para aquisição de remédios de alto custo.
Uma depressão causou sequelas na vida de Aaron Paulino de Souza, de 24 anos, morador de Campo Limpo Paulista. Diagnosticado com esquizofrenia aos 16 anos, a família do jovem passa por dificuldades financeiras para manter o tratamento de alto custo, essencial para controlar a doença. Por conta disso, os parentes criaram uma campanha virtual para ajudar na arrecadação dos valores da medicação.
Tânia Maura Gomes, mãe do Aaron, explica que os planos e sonhos do filho para o futuro foram prejudicados justamente pela depressão, iniciada aos 14 anos. A doença se agravou ao longo de dois anos e, aos 16 anos, ele foi diagnosticado com esquizofrenia. Desde então, a luta por tratamento virou um grande desafio para a família.
“O Aaron sempre teve ótimas notas, praticava atividades físicas. Com a depressão, no entanto, acabou agravando o quadro e aos 16 anos veio o primeiro diagnóstico de esquizofrenia. Entre o início do tratamento até hoje, foram duas internações psiquiátricas, duas tentativas de suicídio e vários remédios tomados”, explica.
A família alega que a falta de amparo do serviço público e a ausência de terapias resultaram na piora do quadro de saúde de Aaron.
Crise do andarilho
“Hoje, o Aaron vive a ‘crise de andarilho’. Ele se recusa a tomar a medicação via oral, entra em crise e sai a caminhar. Por vezes, caminha até cansar e nestes últimos dias passamos por alguns sustos. Recente um amigo policial o encontrou indo rumo a Jundiaí, segundo o próprio Aaron, estava procurando sua casa, ele acreditava morar lá. Ele já se apresentou na delegacia pedindo para ser preso, dizendo ter explodido uma bomba. Me ligaram da delegacia e eu fui buscá-lo”, relata.
Após conversas com o médico psiquiatra, concluíram que a medicação injetável ‘Respiridon Consta’ é a ideal para ser aplicada em Aaron. No entanto, o valor inicial das doses gira em torno de R$ 1100 a R$ 1370 mil. Os altos valores e a dificuldade em conseguir o medicamento preocupam a família, que optou pela campanha, visando controlar a doença.
“A ideia é que ele tome duas doses de 25 ml, para ser avaliado nos primeiros 30 dias. Pretendemos entrar com processo para que ele tenha direito ao medicamento pelo município. Mas, para isso, ele precisa ser avaliado e só depois podemos ter direito as próximas doses pelo município. Porém, como demanda tempo para aprovação, calculamos que ele vai precisar de ao menos quatro doses, que custam entre R$ 5 mil e R$ 6 mil”, explica.
A injeção
Além do medicamento de alto custo, a família de Aaron também sofre para encontrar a nova dose da injeção. Tânia relata que a primeira dose, já tomada pelo jovem e que ajudou a acalmá-lo, ela só conseguiu adquirir na capital paulista. A segunda dose, porém, não havia disponível. A família corre contra o tempo para garantir a segunda dose e encontrou uma fornecedora em Belo Horizonte (MG).
“Tenho vasculhado todas as grandes redes de farmácias, enviei e-mail para um laboratório, mas eles pedem para aguardar. Conseguimos encontrar a nova dose apenas em Minas Gerais, custando R$ 1588 mil somando a compra da injeção e a entrega. Ele precisa tomar a segunda dose até o dia 30 de setembro, eu preciso de ajuda. Não posso prender o meu filho, nem acorrentá-lo. Preciso da medicação, preciso ajudá-lo”, finaliza.
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