Um dia de caos na CPTM. Funcionários paralisam circulação de trens
Trabalhadores estão em greve por tempo indeterminado
Quem depende dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) teve uma terça-feira (24) de caos. Funcionários que trabalham nas linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade começaram uma greve e paralisaram de forma parcial a circulação dos trens.
Em alguns trechos foi necessária a implantação do sistema Paese, onde os ônibus são colocados para circularem no trajeto que é feito por estas linhas de trem. Geralmente elas são acionadas em caso de emergência no sistema ferroviário. Além disso, o Metrô também aumentou a demanda para ajudar a população. A Linha 3-Vermelha, que faz o transporte entre as zonas Oeste e Leste conta com mais trens. E também liberou a integração gratuita nas estações Itaquera e Tatuapé. Demais linhas do Metrô operam normalmente.
Por causa da greve, a SPTrans acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) desde 4h entre as estações Jd. Romano e Tatuapé. O presidente da CPTM, Pedro Moro, explicou que os ônibus da operação Paese foram acionados para minimizar o impacto da paralisação. Mas não conseguem atender a demanda de passageiros e prestar o serviço na mesma velocidade.
“Um trem da CPTM comporta cerca de 2, 2 mil pessoas. Um ônibus transporta 60. Então, para você atender toda a demanda, não há ônibus suficiente. Nós solicitamos todos os ônibus que pudemos, por que é uma frota reserva da companhia para poder atender, mas infelizmente não dá conta de todo o movimento”, afirmou.
Confira como está o transporte ferroviário da CPTM:
- Linha 7 – Rubi: operação normal
- 8 – Diamante: operação normal
- 9 – Esmeralda: operação normal
- 10 – Turquesa: operação normal
- 11 – Coral: operação parcial
- 12 – Safira: paralisada
- 13 – Jade: paralisada
Pedidos dos trabalhadores
Segundo o sindicato que representa as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade pedem reposição da inflação e retroativo pago em agosto e setembro. A CPTM oferece reajuste de 4% em agosto de 2021 e 6% em janeiro de 2022, com parcelamento do retroativo a partir de fevereiro de 2022.
O secretário-geral do sindicato, Múcio Alexandre Bracarense, afirma que a categoria tenta negociar há dois anos, e relata o descaso e desrespeito nas tratativas com a empresa. Segundo ele, o sindicato foi chamado pelo secretário de Transportes para uma conversa e, após mais de duas horas de espera, o encontro foi cancelado.
Ele também afirma o governo tenta mudar a narrativa da greve para colocar a população contra. Bracarense diz que a categoria não pleiteia aumento mas, sim, um reajuste. “Ninguém está falando em aumento. Estamos falando em reajuste”, diz.
Ainda de acordo com o secretário-geral, 65 a 70% [dos trabalhadores] ganham em torno de R$ 3,5 mil. “Existe um reajuste que tem que ser retroativo a março do ano passado e a março deste ano. Que isso não seja feito em dez parcelas. (…) Queremos que o governo nos faça uma proposta realmente possível de ser aceita. Pague um retroativo em agosto e outro em setembro”.
Prejuízos para a população
As três linhas afetadas pela greve atendem a 560 mil passageiros por dia útil. A paralisação, decidida após assembleia na noite de segunda-feira (23), é por tempo indeterminado.
Em decisão liminar feita a pedido da CPTM, o desembargador Rafael E. Pugliese Ribeiro determinou que os grevistas mantenham pelo menos 70% dos trens funcionando e dos funcionários trabalhando nos horários de pico.
A exigência vale para os períodos das 5h às 9h e das 17h às 20h. No restante do dia, os grevistas devem manter em funcionamento, pelo menos, 50% dos trens.
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