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Ecoálcool é produzido a partir de resíduos do Porto de Santos

Os rejeitos de açúcar, soja, milho, trigo e arroz são utilizados na produção

Em tempos de sustentabilidade, muita coisa que é descartada pode ser reaproveitada e gerar produtos e outros objetos de consumo. No Porto de Santos, uma empresa da área de gestão ambiental inovou a forma de reaproveitar os resíduos vindos de grãos, que oferecem riscos de contaminação.

Os rejeitos de açúcar, soja, milho, trigo e arroz, passam a ter uma nova função e assim dão origem ao ecoálcool. O produto atende à alta demanda durante a pandemia do coronavírus. Além disso, traz benefícios às empresas nos aspectos ambiental e econômico.

Vale lembrar que o Porto de Santos é o principal porto brasileiro em valores de cargas movimentadas. Em 2020, foi responsável por operar 146,6 milhões de toneladas de diversos tipos de mercadorias, principalmente grãos e itens a granel. O Porto de Santos é o principal exportador de açúcar, soja e milho do país, e o segundo maior porto importador de trigo no Brasil.

Com tamanha movimentação, toneladas de resíduos caem nos locais de transporte e armazenamento. As sobras dos grãos podem levar sujeira para a área urbana, mau cheiro, e atraem insetos causadores de doenças, entre outros problemas. Por isso, empresas são contratadas pelos terminais para a limpeza destes locais. Os resíduos, geralmente, são destinados a um aterro sanitário.

Foi assim que a Ambipar, responsável pela limpeza e a manutenção de armazéns da Copersucar no Porto de Santos, encontrou uma solução inovadora para esses resíduos. Após um ano de pesquisas, cientistas e técnicos do Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) desenvolveram o ecoálcool, a partir de rejeitos de açúcar, soja, milho, trigo e arroz.

O procedimento

O processo para a criação do ecoálcool começa a partir de uma varrição por meio de equipamentos de sucção. Eles são despejados em caçambas que, posteriormente, são levadas semanalmente para uma usina no interior de São Paulo, que faz uma fermentação com esses resíduos.
Créditos: Reprodução.

Ele ocorre na degradação de moléculas de açúcar (glicose ou frutose), no interior das células de microrganismos (leveduras ou bactérias), até a formação de etanol, por meio do controle de tempo de fermentação, temperatura, pH, odor, agitação e umidade.

Após esse processo, é obtido o álcool 46% ou 70%. Ele é envasado para a comercialização, seguindo diretrizes do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O produto também está sendo apresentado e distribuído para as empresas parceiras utilizarem nos processos de limpeza e higiene. Com cerca de 1 tonelada de varrição, é possível produzir cerca de 300 litros de álcool 46%.

Expansão

A princípio, o ecoálcool surgiu para resolver a questão dos resíduos de grãos na região portuária santista, mas o projeto já está se expandindo para as indústrias de alimentos e bebidas.

Hoje, a empresa também trabalha com o processamento de sobras de sucos naturais de uma das maiores indústrias do segmento, e sobras de balas de fábricas de alimentos. O processo é o mesmo: o resíduo rico em açúcar, que não pode ser reprocessado para produção de alimentos, sofre uma fermentação e, assim, se obtém o ecoálcool.

Vantagens

A tecnologia para se obter o produto é considerada simples. Os resíduos que eram descartados, agora, são reintroduzidos no mercado, promovendo a sustentabilidade e fazendo a economia circular, fomentando o desenvolvimento do pequeno e médio produtor rural.

Além disso, o ecoálcool diminui a necessidade de matérias primas virgens, como a cana de açúcar, para a produção do produto por parte da indústria.

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