Troca de óleo: veja o que é mito e o que é verdade
Em seis tópicos, especialista orienta como garantir a melhor lubrificação do motor do carro
Fundamental para o funcionamento e a durabilidade do motor, o óleo lubrificante tem como principal função reduzir o atrito e, assim, evitar o desgaste das peças. Descuidar da troca de óleo ou usar um produto incorreto tem consequências. Como por exemplo, a redução da vida útil do motor e conserto de valor elevado.
Para esclarecer as dúvidas mais comuns entre os motoristas, Rafael Recio, gerente de Produto e Suporte Técnico da Motul Brasil, esclarece o que é verdade e o que é mito no que se a este luibrificante.
1) O motorista deve consultar o manual do veículo.
Verdade. O primeiro cuidado é consultar o manual. Lá, o dono do carro terá à disposição todas as informações sobre o plano de manutenção do veículo. Também econtrará a indicação dos prazos por tempo e por quilometragem para a correta troca do óleo.
“A substituição deve ser realizada de acordo com o prazo que vencer primeiro. Mesmo que o carro tenha rodado pouco, é necessário fazer a troca se o tempo tiver vencido, porque o lubrificante, que foi usado e contaminado, vai perdendo a capacidade de exercer suas funções e a capacidade de lubrificação do motor.
2) O filtro de óleo não precisa ser substituído a cada troca de óleo.
Mito. Já faz muito tempo que o mito “trocar o filtro de óleo uma vez sim, outra não a cada troca” foi desmistificado. Mas ainda existe em algumas situações. A função do filtro de óleo é reter partículas que poderiam danificar o motor ou acelerar o seu desgaste.
Se um filtro velho que não tiver sido trocado falhar ou não conseguir desempenhar sua função de forma perfeita, não terá adiantado de nada a troca do óleo. Na melhor das hipóteses, se o filtro ficar saturado, a válvula de by-pass do filtro se abre e o óleo passa direto por ele sem ser filtrado, ou seja, o filtro passa a não ter função nenhuma. Se essa válvula não funcionar por qualquer motivo, o filtro pode se tornar uma restrição no fluxo de óleo e o motor correrá sério risco de ficar sem lubrificação adequada. O que certamente levaria a uma quebra catastrófica e alto custo de reparo.
Além disso, o custo de um filtro é muito pequeno em uma troca de óleo, e por esse e os outros motivos mencionados, não trocá-lo é um grande perigo.
3) O tipo de uso do carro não interfere no intervalo de troca.
Mito. Em geral, o manual do veículo possui um plano de manutenção para uso normal e outro para uso severo (baixas rotações, estradas de terra, trajetos curtos com o motor frio). Nesses casos, é comum que as revisões e o intervalo de troca do lubrificante sejam reduzidos pela metade. Se o veículo costuma ficar boa parte do tempo preso em congestionamentos, por exemplo, o motorista precisa adotar o plano severo, porque essa condição de uso exige mais dos componentes do carro do que rodando em rotações e velocidades mais constantes.
4) Usar óleo inferior à especificação não prejudica o motor do carro.
Mito. Um óleo fora da especificação recomendada pode não apresentar a espessura de filme do lubrificante projetado para aquele motor. Além de não cumprir os requisitos de normas determinados pela montadora. Dessa forma, a viscosidade e as normas incorretas podem comprometer a eficiência do motor, aumentar o consumo de combustível e, para piorar, danificar os componentes internos. “Na hora de escolher o óleo, leve em consideração a viscosidade e a norma da montadora. Essas informações são facilmente encontradas no manual do fabricante”, orienta.
5) Misturar diferentes lubrificantes não compromete o resultado.
Depende. É aconselhado sempre evitar misturar lubrificantes de especificações diferentes, pois o resultado final dessa mistura pode gerar um desempenho que não atende à especificação do motor. Só é aceitável em uma situação de emergência, temporária, para corrigir o nível de óleo muito baixo. Posteriormente, assim que possível, é recomendado que o veículo faça uma parada para uma revisão para checar o motivo do nível de óleo estar baixo.
6) O nível do óleo não interfere no desempenho do motor.
Mito. Se o veículo rodar com óleo abaixo do nível, a lubrificação ficará comprometida, visto que o pescador de óleo não conseguirá captar o óleo do cárter de maneira satisfatória. Isso pode resultar em muita espuma e baixa pressão de óleo, comprometendo o fluxo e deixando uma boa chance de quebra do motor por falta de lubrificação. Em caso oposto, rodar com lubrificante acima do nível pode causar vazamento pelos respiros. O volume de óleo em excesso simplesmente vai para onde não deveria ir.
LEIA TAMBÉM