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Cadastro para contratação de mulheres vítimas de violência doméstica é criado em Santos

Prefeitura criou uma cartilha para a identificação de comportamentos abusivos

As mulheres vítimas de violência doméstica em Santos contam com um apoio importante da prefeitura. A partir desta terça-feira (8), para celebrar o Dia Internacional da Mulher, começou a funcionar o cadastro para que sejam inseridas no mercado de trabalho. Além disso, mulheres que também estão em vulnerabilidade social também podem participar.

A ideia da Prefeitura de Santos é, por meio de termos de cooperação com associações, sindicatos, empresas, universidades e escolas técnicas, conseguir maior disponibilização de vagas, via Centro Público de Emprego, para as mulheres cadastradas, e a consequente inclusão no mercado de trabalho. A medida também inclui a realização de cursos de capacitação para aumentar a empregabilidade deste público.

A Coordenadoria da Mulher, do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Governo de Santos, será responsável pela elaboração do cadastro das vítimas de violência doméstica ou em situação vulnerabilidade social interessadas, com base nas informações repassadas pelos serviços de atendimento socioassistencial.

Ainda segundo a Prefeitura de Santos, o cadastro terá caráter sigiloso, evitando a exposição dos dados dessas mulheres para o público externo e garantindo a segurança de todas as inscritas.

Segundo a coordenadora de Políticas para a Mulher, Diná Ferreira Oliveira, a intenção é ajudar as mulheres a romperem a dependência econômica que, às vezes, têm em relação aos companheiros agressores, o que as impede de buscar a separação. “Vamos, através deste cadastro, facilitar esse acesso das mulheres nas empresas, criando condições delas romperem de vez com essa situação e conquistarem a independência financeira”, destaca.

Cartilha identifica comportamentos abusivos

Também neste Dia Internacional da Mulher, a prefeitura lançou uma cartilha online para auxiliar no combate à violência contra o público feminino. Ela traz informações sobre tipos de violência, aponta comportamentos abusivos e indica onde procurar ajuda no município.

De acordo com a administração, o objetivo é que as pessoas tenham conhecimento, saibam identificá-los e, também, como agir nesses casos. O alerta é destinado não somente às vítimas, mas a familiares ou rede de contato.

Segundo a prefeitura, são 20 páginas contendo informações detalhadas para se entender os ciclos da violência. Há, inclusive, um teste que ajuda a identificar comportamentos abusivos, que servirá como alerta.

O modelo online, acessível pelo celular, foi escolhido para garantir mais segurança às mulheres que não podem se expor manuseando esse conteúdo impresso. “Às vezes, o companheiro não deixa a mulher sair de casa, não permite que estude ou trabalhe. Regula a roupa que usa. Não quer que tenha amigos e a afasta da convivência familiar. É um exercício de controle. O teste serve para alertá-la”, alerta Diná.

Segundo coordenadora, a violência é um processo, e muitas vezes a mulher não se dá conta de que alguns comportamentos são abusivos. Então, a ideia é fazer com que elas percebam as situações antes que sejam vítimas de possível agressão física ou algo mais sério.

“As mulheres, muitas vezes, convivem com essas situações e naturalizam essa violência. Acham que é assim mesmo, que faz parte e que é comum. Não conseguem identificar a situação de violência, e nem se enxergam como vítimas, e isso tem claras consequências para a saúde delas, para os filhos, por exemplo”, destaca a coordenadora.

Na cartilha, há, ainda, os locais onde buscar ajuda ou procurar atendimento, além de telefones para denúncias. O guia pode ser acessado na barra de avisos do Santos Portal.

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