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Justiça de Santos condena “Maníaco da Peruca” a 60 anos de prisão em regime fechado

Ele é acusado de cometer assassinatos em série contra funcionários de uma clínica dentária

Após três dias de julgamento, saiu a sentença do caso do “Maníaco da Peruca”. O réu Flávio Nascimento Graça, de 39 anos, foi condenado no Fórum de Santos a cumprir 60 anos de prisão em regime fechado e sem possibilidade de apelação. Ele foi responsável por cometer três homicídios e outras duas tentativas. A sentença saiu na quinta-feira (12).

No julgamento, o advogado de defesa de Flávio, Eugênio Malavasi, apresentou dois laudos sobre a sanidade mental do acusado feitos por peritos do Fórum. Segundo ele, os documentos atestaram que o réu é inimputável, ou seja, teria doença mental, o que compromete a sanidade ao cometer os crimes. Ele também reivindicou acesso a tratamento após a aplicação da pena “por que ele (Flávio) tem problema”.

O advogado de acusação, Augusto Miglioli, por sua vez, sustentou que Flávio tinha plena consciência, capacidade e entendimento em relação aos crimes. Assim como a defesa do réu, a acusação também apresentou um laudo sobre a sanidade do “Maníaco da Peruca”.

As divergências reveladas nos laudos motivou a Justiça a determinar que o caso fosse decidido por júri popular.

Entenda o crime

Flávio é apontado como autor de três homicídios dolosos (com intenção de matar) e duas tentativas de homicídio contra os donos e uma ex-funcionária da Clínica Americana, rede de clínicas dentárias que possuía unidades na Baixada Santista. A rede seria concorrente ao consultório do “Maníaco da Peruca”. Os crimes aconteceram entre os anos de 2014 e 2015.

Depois de analisar imagens de monitoramento, a polícia descobriu que Flávio monitorava os passos das vítimas e, de acordo com a investigação, cometeu os crimes por vingança. O dentista havia declarado falência e atribuía isso à concorrência. O réu foi preso quatro anos após o primeiro crime.

O “Maníaco da Peruca”, como Flávio ficou conhecido por atacar as vítimas com o adereço para disfarce, foi considerado imputável pelo júri. Isso significa que o conselho julgador entendeu diante das apresentações que o autor dos crimes sabia o que estava fazendo quando matou as vítimas, e é capaz de responder criminalmente pelos atos.

As mortes

Em 23 de dezembro de 2014, o empresário Agilson Corrêa de Carvalho, de 54 anos, foi morto com um tiro na cabeça quando saía da clínica dentária em que trabalhava. De acordo com testemunhas, o criminoso agiu sozinho e a rua onde ocorreram os disparos estava movimentada.

No dia 15 de julho de 2015, Aldacy Correa de Carvalho, de 56 anos, também foi assassinada ao sair de uma das unidades da clínica, no Centro de Santos. Ela estava acompanhada por outras duas pessoas que também foram alvos. Uma delas, Arnaldo Correa de Carvalho, de 54 anos, morreu após passar quatro meses internado.

Outro alvo do “Maníaco da Peruca” foi um sobrinho de Agilson, um jovem de 21 anos, que foi atingido pelos disparos, mas sobreviveu. Os tiros acertaram de raspão o nariz e a nuca da vítima, que também precisou ser hospitalizada. A segunda sobrevivente foi uma mulher, de 40, baleada em 23 de setembro de 2015, no bairro do Gonzaga.

Flávio foi preso em novembro de 2018, quatro anos após o primeiro crime. Na época, o juiz alegou que o homem oferecia risco à sociedade e, por isso, determinou sua detenção preventiva até o julgamento.

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