
Santos está no momento mais crítico da pandemia do coronavírus. Foi registrado nesta quinta-feira (25) o pico de internações, desde que o Plano São Paulo foi implantado. Pela primeira vez a cidade está com 303 internações de santistas nos leitos de enfermaria e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais públicos e privados.
Até então, Santos não chegou a 240 internações e segundo a Prefeitura, a alta é de 27%. Quando o Plano São Paulo começou a funcionar, em junho, Santos, assim como toda Baixada Santista estava na fase vermelha, com 217 internações, chegando depois a 238, dias depois. Mas aí houveram quedas do número de internações, o que permitiu que a região avançasse para as fases laranja, amarela e verde.
No entanto com estas flexibilizações, a população também relaxou nas medidas protetivas e passou a desacatar as medidas de isolamento social, do uso da máscara e de higienização. Coincidentemente com a fase verde, os casos voltaram a aumentar para 210 internações e isso fez com que ela regredisse para as fases amarela e laranja. E desde o início deste mês voltou a fase vermelha, assim como todo o estado.

Momento mais perigoso
“É um reflexo do que temos observado no nosso país, uma falta de respeito ao distanciamento social, que vem sendo tão enfatizado. Hoje, nós temos para complementar, além da questão da falta de distanciamento, a presença das variantes, que são mais transmissíveis. Consequentemente, vemos mais pessoas doentes e mais pessoas morrendo”, disse o infectologista Leonardo Weissmann.
Ele afirma que esse é o momento mais crítico da pandemia, devido ao número de casos que vem aumentando em toda a região. Weissmann aponta que, uma das causas, é a falta de respeito ao isolamento social e a outros protocolos de segurança com relação à doença.
“O que nos estamos vivendo agora é o momento mais crítico e preocupante da pandemia, porque não dá para se ter uma previsão de quando vamos conseguir controlar a velocidade de propagação do vírus. Isso aumenta o número de casos, de mortes, e consequentemente sobre a pressão nos serviços de saúde”, explica.
Para ele, as pessoas perderam o medo de contrair a doença, mesmo a ciência provando que a única maneira de evitar a propagação do vírus seja o distanciamento e a vacina. “É compreensível a preocupação das pessoas com o comércio, com os seus ganhos. Isso também é algo bastante preocupante, mas parece que as pessoas perderam o medo de morrer”, afirma.