

Depois do lockdown, as feiras livres voltaram a funcionar em Santos. Mas diante das restrições da fase emergencial, os feirantes fizeram protesto. Eles cobram que as feiras possam ser montadas de forma tradicional, permitindo que todos os feirantes possam vender todos os produtos.
Segundo o decreto da Prefeitura de Santos, as barracas devem ser menores, e montadas de um único lado, utilizando uma faixa de isolamento. As feiras livres também só estão autorizadas a funcionar entre terça e sexta-feira, das 7h às 12h, seguindo todos os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19. Mas aos finais de semana elas permanecem proibidas de funcionar. Nas feiras, só poderão funcionar barracas de frutas, verduras, legumes, frango e pescados.
O protesto aconteceu na Rua Oswaldo Cruz, no Boqueirão, onde a feira é montada todas as terças. No local as barracas foram montadas, mas não tinham qualquer legume ou frutos. Um feirante contou que todos os protocolos podem ser seguidos, só que exige os equipamentos sejam montados nos dois lados.
“Nós só queremos que a feira livre volte da forma tradicional da barraca, dos dois lados. A forma implantada pela prefeitura é impossível”, explica. Segundo ele, por conta da nova determinação, as barracas estão tendo que entrar em outras ruas, sem que os moradores sejam previamente avisados, o que causa transtornos aos trabalhadores, à população e ao tráfego de veículos.
Os feirantes acreditam que com o retorno de todas as barracas e, em duas fileiras, será possível evitar aglomerações e respeitar todas as outras normas impostas pela prefeitura. “Por que os supermercados estão autorizados a vender flores, produtos de limpeza e as feiras livres não podem? São essenciais também. Todos já estavam seguindo as recomendações”, conta.
Resposta da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Santos disse que as novas medidas sanitárias nas feiras livres, com maior distanciamento das barracas, uso de álcool e redução do tamanho original, são necessárias para a segurança de todos usuários e trabalhadores, e fundamentais para conter aglomerações.
A administração diz que dialoga com os diversos segmentos da sociedade desde o início da pandemia e, principalmente, no presente momento, quando Santos e as demais cidades do país atravessam o pior momento da crise sanitária causada pela Covid-19.
Visando diminuir os impactos causados pelas medidas restritivas, a prefeitura encaminhou, no mês passado, um pacote de incentivos fiscais para os setores mais atingidos. As medidas de moratória de tributos municipais foram aprovadas pelo Legislativo e serão sancionadas nos próximos dias. Na quarta-feira (31), o município criou o programa Incentiva Santos orçado em R$ 61,5 milhões entre auxílios financeiros, cestas básicas, capacitações, dispensas de taxas e perdão de dívidas.
A Prefeitura de Santos ainda disse que manifestações pacíficas fazem parte da democracia e devem ser respeitadas, com os pleitos ouvidos e discutidos com atenção, seriedade e responsabilidade. A Prefeitura permanece aberta para diálogo com todos. O momento prioriza a saúde e a vida, exige colaboração de toda a sociedade em busca de alternativas para que a crise seja superada.
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