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Dia do Trabalho: serviços essenciais são valorizados

Pandemia deixa importantes lições das profissões e mudanças se tornam tendência

Neste sábado (1º) é celebrado no Brasil e no mundo, o Dia do Trabalho. E nesta data, além de uma singela homenagem aos trabalhadores e da lembrança para que os desempregados possam obter oportunidades de emprego, também é momento de entender os avanços e desafios que foram impostos ao mundo. Especialmente com a pandemia do coronavírus, já que diversas mudanças precisaram ser impostas.

No entanto, é bom explicar quando que a data surgiu. Ela começou no ano de 1886, quando em Chicago, nos Estados Unidos, aconteceu uma greve e diversos trabalhadores lutavam para obter melhores condições de trabalho, especialmente com a redução de jornada de trabalho. Antes ela chegava a ser de 17 horas por dia. Atualmente a maioria da jornada é de oito horas.

Durante a manifestação houve confrontos com a policia, o que resultou em prisões e mortes de trabalhadores. Este acontecimento serviria de inspiração para muitas outras manifestações que se seguiriam. Estas lutas operárias não foram em vão. Os trabalhadores de todo o mundo conquistaram uma série de direitos e, em alguns países, tais direitos ganharam códigos de trabalho e também estão sancionados por Constituições.

Brasil

Já no Brasil, o Dia do Trabalho se tornou feriado no ano de 1925, após a chegada dos imigrantes europeus e muitos trabalhadores, especialmente da área industrial lutavam por direitos e deveres. O presidente da época, Artur Bernardes decretou a data.

Aponta-se que o caráter massificador do Dia do Trabalhador, no Brasil, se expressa especialmente pelo antigo costume que os governos tinham de anunciar nesse dia o aumento anual do salário mínimo. Outro ponto muito importante atribuído ao dia do trabalhador foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em 1º de maio de 1943.

A defesa dos direitos dos trabalhadores sempre esteve sob a luz das organizações de trabalhadores e, consequentemente requer repensar o sentido das organizações sindicais e o que se pretende para o futuro da sociedade brasileira. Porém estes direitos sofrem alterações com o passar do tempo, em circunstâncias de pressões vindas de movimentos sociais organizados.

A importância dos serviços essenciais

O termo “serviço essencial” entrou de uma vez por todas no vocabulário mundial durante a pandemia do novo coronavírus. A doutora em Direito do Trabalho e Mestre em Direito das Relações Sociais, Maria Cecilia de Almeida Monteiro Lemos, sobre como como o cenário mudou em um ano.

Mesmo diante de tanta tecnologia e outras facilidades, funções de entregadores, atendentes, profissionais de limpeza e de saúde passou a ser classificada como serviço essencial. É graças a eles que vários setores puderam seguir funcionando, ainda que de forma remota e visando proteger as pessoas.

“A pandemia mostrou a importância do trabalho humano”, ou seja, aquele feito por gente, que está por trás ou na frente das máquinas. Para Maria Cecília, o principal desafio atual “é a inclusão dos trabalhadores em situação de dignidade”.

A pesquisadora destaca que a maior parte da população economicamente ativa brasileira “é de desempregados e trabalhadores informais, que não têm proteção social”. “Esse enorme contingente está excluído de aposentadoria, auxílio- doença, não tem uma renda mínima, ficaram afastados de qualquer forma de proteção”, diz.

A pandemia mostrou, na verdade, a importância do trabalho humano. Quando as atividades paralisaram, por causa das medidas de isolamento social, uma grande parcela da população, eu diria a maioria, não tinha condições de fazer o trabalho remoto, domiciliar”, afirma a pesquisadora.

As mudanças trazidas pela pandemia

Para ela, a situação mostra um paradoxo. “Na paralisação, ficou evidente a importância do trabalho humano e a fragilidade desse discurso de que o homem vai ser substituído pela máquina. A Indústria 4.0 [revolução industrial com ênfase no desenvolvimento tecnológico] vem para modificar as relações de trabalho, mas o ser humano ainda é o centro de toda a força de trabalho”, diz.

Empresas que não demandam atendimento presencial ao público encontraram no home office, o modelo de trabalho uma forma de se manterem ativas. Além disso serve para proporcionar segurança para os trabalhadores, evitando uma possível transmissão entre a equipe.

Questionada sobre o futuro do trabalho, a pesquisadora afirma que “a primeira medida necessária para retomar o emprego é a vacinação em massa”.

“Se não tiver vacinação em massa, as pessoas vão ter que sair de casa, se expor, adoecer e morrer”, diz a doutora em Direito do Trabalho.

Maria Cecília lembra que a atenção também deve ser voltada para quem está na linha de frente do combate à pandemia. “Cerca de 65% da população brasileira é dependente do Sistema Único de Saúde (SUS), e a valorização dos profissionais dessa área também é muito importante”.

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