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Mortes de idosos em Santos caem 42% após segunda dose da vacina

Só em abril, o índice de óbitos por coronavírus no total foi de 10%

A vacina contra a Covid-19 dá resultado de vida sim. Em Santos, o índice de mortes em idosos com 80 anos ou mais, que já receberam as duas doses, caiu em 42% em um ano. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde e a segunda dose foi o principal fator para esta queda.

Para se ter uma ideia, em abril de 2020, das 69 mortes registradas em Santos, 36 foram óbitos de idosos com 80 anos ou mais, representando 52% do total. Desde o início da pandemia até o momento, este foi o maior índice registrado.

O número chegou a apresentar queda no mês seguinte, passando para 34% dos óbitos registrados em maio do ano passado, mas voltou a subir nos meses de junho, outubro e dezembro de 2020. Desde o início deste ano, o índice apresenta uma pequena queda mensal, com 38% em janeiro, 36% em fevereiro e 33% em março. Em abril, os óbitos por Covid-19 desta faixa etária representaram apenas um a cada dez do total registrado no mês.

Opiniões dos infectologistas

O infectologista do Hospital das Clínicas, Evaldo Stanislau confirma que a queda dos óbitos em idosos na cidade de Santos se deve a aplicação das duas doses contra a Covid-19.  “No mundo todo, as populações vacinadas têm tido queda na incidência de formas graves e óbito por Covid. E, também, na minha prática diária, tenho observado casos em idosos bem mais leves do que antes da vacinação. [Isso] reforça a importância de todos tomarem a vacina e da forma correta, com duas doses”, afirma Stanislau.

Ele ainda espera que as próximas faixas etárias também tenham quedas de mortes. No entanto, ele teme pela terceira onda da doença. “Porém, estamos em uma corrida contra o relógio, e ainda há muitos não vacinados e expostos. Por isso, o risco de terceira onda é real, para breve, e preocupa. Se nossa vacina não estivesse tão atrasada, o cenário poderia ser outro, mas a realidade preocupa”, aponta.

O infectologista Marcos Caseiro, que atua no Hospital Guilherme Álvaro, também concorda com a correlação. “Isso é uma realidade. Houve uma redução muito acentuada nessa faixa etária que terminou a imunização”, diz. “Há uma relação causal total entre vacinação e redução da mortalidade dessa faixa etária. O reflexo foi impressionante. Se mantendo a vacinação, certamente a gente vai ter redução nas mortes das próximas faixas etárias”, afirma Caseiro.

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