Antiga lancha da travessia de Ilha Comprida naufragada vira “atração turística”
Embarcação afundou no ano passado e deveria ser removida


Quem passa na Ponta Praia do Norte, em Ilha Comprida passou a ficar acostumado com um transporte que virou um “ponto turístico”. Trata-se da Lancha Valongo I, que encalhou na cidade há um ano. Ela deveria ser retirada, mas ainda continua no local e os banhistas e moradores aproveitam para tirar uma foto ou explorar o local.
A embarcação encalhou em outubro de 2021, enquanto era levada para ser reformada em Guarujá, na Baixada Santista. Mas de acordo com o Departamento Hidroviário, o contrato com a empresa responsável pela retirada da embarcação foi rescindido após o não cumprimento do serviço e estudos são feitos para retirá-la.
Boa parte da embarcação está debaixo da areia. Em dias de maré baixa, ela fica mais exposta e possível de ser acessada.
História
A Lancha Valongo I pertence ao DH e foi, por muitos anos, usada na travessia entre Ariri, um bairro de Cananéia, e o centro da cidade. No dia 22 de outubro de 2021, a lancha seguia para um estaleiro em Guarujá para reforma, mas, no trajeto, sofreu um incidente e fez uma atração de emergência na Ponta da Praia Norte de Ilha Comprida.
Nove dias depois, o Departamento iniciou o escoamento da água para a retirada da lancha. A operação começou às 5h, com 22 funcionários, trator e guincho. No entanto, tanto o DH, quanto a empresa contratada não conseguiram removê-la e a embarcação continuou no local.
Na época, a empresa contratada para a retirada aguardava condições marítimas adequadas para realizar a remoção. O plano do DH consistia no encaminhamento da embarcação até o Flutuante da Juréia após a retirada. No local, a lancha passaria por uma verificação subaquática das condições do casco e estrutura e, caso necessário, passaria por manutenção.
Maciel afirma ter feito parte da tripulação que levou a embarcação de Cananéia ao estaleiro de Iguape para a reforma. Ele explica que, como estava com pouca areia do mar na época das tentativas de desencalhe, o procedimento foi sem sucesso.
Para o marinheiro, na situação em que a embarcação se encontra dificilmente será possível remover os restos da lancha. “Com mais um tempo, a embarcação se enterrará na areia e não teremos mais vestígios. Mais um barco que a areia do mar engole”, disse.
Resposta do DH
Em nota, o DH informou que a empresa que venceu a licitação para executar a reforma, adequação, modernização, traslado e lançamento da embarcação Valongo I não executou o serviço e terá que ressarcir o Estado com uma nova lancha [equivalente à que está submersa na Ilha Comprida], além de retirá-la do local.
Segundo o DH, o contrato foi rescindido e estudos estão sendo feitos para que a empresa resolva o caso. “Vale ressaltar, ainda, que houve várias tentativas para remover a Valongo do local, todas elas informadas à Marinha do Brasil através de planos de desencalhe”, explicou o Departamento.
O DH ressaltou que permanência da embarcação no local não causa impacto aos banhistas e ao meio ambiente. Ao mesmo tempo, o órgão diz que está em tratativas para a retirada dos restos da lancha. “Quanto à reposição do bem público, seguem os procedimentos para apuração dos prejuízos, que serão apresentados para retirada e indenização por parte da empresa”, finaliza a nota.
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