Arma e projétil usada para matar MC Primo em São Vicente era de PM, aponta perícia
Crime aconteceu em 2012 na frente da casa do funkeiro
Um exame pericial pedido após denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) ao Tribunal de Justiça (TJSP), mostrou que um dos 11 projéteis encontrado em Jadielson da Silva Almeida, o MC Primo, executado no dia 19 de abril de 2012, era de uma arma de um policial militar. A prisão preventiva já foi pedida.
“[Um] exame pericial comprovou que um dos projéteis que atingiram a vítima e que foi retirado de seu corpo foi efetuado pela arma de fogo da Polícia Militar do Estado de São Paulo […] uma pistola Taurus, calibre .40”, informa o material do MPSP.
Ainda segundo o documento produzido pelo Ministério Público, a “execução foi realizada por grupo criminoso armado”. No entanto, “apenas um dos criminosos foi identificado, tratando-se de um policial militar”.
O agente em questão está sendo denunciado após dez anos do crime. Isto porque só agora, em 2022, a perícia realizada no projétil revelou que o disparo saiu da arma de fogo que estava sob poder dele.
O documento aponta que, em julho de 2022 o laudo pericial que e examinou a arma de fogo apontou que a pistola poderia ter sido usada para realizar o disparo, mas a perícia referente aos vestígios produzidos pelo disparo foi prejudicada por conta do tempo.
Entretanto, o exame de confronto balístico realizado pelo Centro de Análises, Exames e Pesquisas (CEAP), em agosto deste ano, concluiu que ‘o projétil incriminado foi disparado pelo cano da pistola da Marca Taurus’, com o mesmo número de série da arma que estava em posse do denunciado.
Polícia Militar
A Polícia Militar informou, em nota, que não cabe à corporação enviar um posicionamento sobre ações, peças ou outros desdobramentos dentro do inquérito que apura os fatos.
“Ademais, discorrer sobre o trabalho pericial – que não é de competência da PMESP, é discutir sobre atos judiciais que, por lei, tramitam em segredo de Justiça”, disse, em resposta.
Entenda o crime
MC Primo foi abordado por criminosos em uma motocicleta e em um carro branco quando chegava em casa, no bairro Jóquei Clube, em São Vicente. Antes de um homem encapuzado, segundo a investigação, ter efetuado os 11 disparos contra a vítima, ela pediu para que a mulher e os dois filhos entrassem rapidamente em casa.
À época, o Instituto Médico Legal (IML) informou que o corpo do funkeiro tinha quatro perfurações no tórax, duas na coxa direita, uma no ombro, três nas costas e um no punho esquerdo.
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