Esperança no Rio Pinheiros? Peixes são vistos no local
Há anos que a Capital luta para que ele seja despoluído e volte a ter peixes
Há décadas que o Rio Pinheiros, em São Paulo, sofre com o crescimento desordenado e a poluição que o tornou praticamente sem utilidade. Mas há uma esperança. Nos últimos dias surgiram imagens onde peixes nadaram no local.
Segundo a diretora da Fundação SOSO Mata Atlântica, Malu Ribeiro, ainda é cedo para confirmar que o surgimento dos peixes é por conta do trabalho de despoluição feito pelo Governo do Estado. No entanto ela confirmou que eles surgiram no Rio Pinheiros, mas numa área onde os afluentes o trouxeram.
Desde os anos 1990, que o governo estadual vem investindo e fazendo uma série de medidas para despoluir o rio Pinheiros. A última promessa é que até o final de 2022 o local será totalmente tratado. Além da remoção de entulho e resíduos de esgoto que provocam a poluição, também serão construídas estações de tratamento ao longo de 25 Km de extensão.
“Esses peixes só conseguiram aparecer no rio porque os afluentes, no caso aí o Córrego do Sapateiro – que vem da Paulista, passa pela Vergueiro, Parque do Ibirapuera e chega ao Pinheiros – foi recuperado. Toda essa região recebeu saneamento. Então, essas águas com melhor qualidade abrigam os peixes estão voltando a receber esses ecossistemas aquáticos.”
De acordo com Malu, o pequeno trecho do rio no qual os peixes foram vistos é mais oxigenado com a água limpa e, assim, oferece condição de vida aquática.
“Mas, se os peixes saírem dali, a água já está sem oxigênio, está altamente poluída ainda e não há condições de se manterem vivos no Rio Pinheiros”, explica ela.
Apelo contra poluição
A Sabesp está fazendo uma série de trabalhos para buscar o tratamento da rede esgoto, visando diminuir os impactos da poluição do Rio Pinheiros. Segundo a Companhia, a ideia é conectar 533 mil imóveis à rede de esgoto. Até agora apenas 231 mil foram regularizados. Até o final de 2022, mais 300 mil imóveis ainda terão de ser conectados à rede de esgoto. O investimento é de R$ 1,7 bilhão.
Mas para o presidente da Sabesp, Benedito Braga, a população também precisa colaborar. “O que é importante, nesse processo, é que a população entenda que é possível, sim, limpar o Rio Pinheiros e que tem de fazer a parte dela. Como? Não jogando lixo nos córregos. Porque a Sabesp está fazendo esse trabalho no meio da pandemia, entrando em regiões de difícil acesso, como comunidades, e dialogando com as pessoas, fazendo as conexões de esgoto, e esses córregos [estão] ficando limpos”, afirma.
De acordo com Braga, o risco é o de que o rio volte a ficar cheio de garrafas PET quando chover. “Nós temos que aproveitar essa oportunidade que as pessoas viram esses peixes chegando nos afluentes, da melhoria gradativa do Pinheiros, e fazer a sua parte, não jogar o lixo nos córregos. Até 2022, vai estar tudo limpinho. Aí, não podemos ter esse lixo flutuante, que são milhares de toneladas que são retiradas todos os anos do Pinheiros – e dos nossos córregos, por consequência.”
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