Campo Limpo PaulistaPolícia

Homem que estava com o pai morto esteve internado em hospital psiquiátrico

De acordo com os laudos, o homem sofre de psicose esquizofrênica

Continuam as investigações sobre o caso do homem responsável por matar o irmão e por manter o pai morto dentro de casa, em Campo Limpo Paulista. Segundo um laudo, ele ficou internado em um hospital psiquiátrico por matar o irmão, em 2010. Laudos chegaram a apontar que ele sofre de psicose esquizofrênica.

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi flagrado com o corpo do pai no dia 30 de junho depois que vizinhos denunciaram a situação após notarem que o idoso de 67 anos não saía mais da residência. A população explicou que havia um cheiro forte vindo do imóvel. No local, os policiais encontraram o corpo do homem no sofá, já em estado de decomposição.

O crime contra o irmão

O acusado cometeu o assassinato contra o próprio irmão. O criem ocorreu em 2010 na cidade de Cabreúva. De acordo com o boletim de ocorrência da época, policiais militares encontraram a vítima caída em uma vala com vários disparos de arma de fogo pelo corpo, sendo a maioria na cabeça.

Segundo o registro, dias antes do crime, a vítima havia se desentendido com o irmão. Uma perícia foi realizada em 26 de agosto por um médico psiquiatra depois da instauração de um incidente de insanidade mental para a avaliação de André Luiz.

O laudo do perito apontou que o paciente contou que assassinou o irmão porque “foi uma pessoa que fez maldades com ele”. “Quando disparou a arma, sentiu muita raiva. Diz que se arrepende de ter cometido o crime, porque isso deixou sua cabeça mais confusa”, escreveu o perito.

Ainda segundo o documento, André já usava medicações psicotrópicas para ficar calmo e dormir. Por conta de esquizofrenia, ouvia vozes que lhe “davam comandos”.

Os problemas psiquiátricos do homem

Como conclusão, o perito pontuou que André sofre de transtorno mental, que o levou à perda da capacidade de compreender o caráter ilícito de conduta. Houve a indicação de manutenção de tratamento psiquiátrico com medicamentos e internação.

Em 2017, a Justiça determinou que o paciente passasse por reavaliação a cada três anos. Outro laudo de 2018 apontou psicose esquizofrênica e periculosidade atenuada.

Em 20 de setembro de 2019, a Secretaria de Administração Penitenciária anexou no processo mais um laudo sobre a periculosidade, que foi feito no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico II. Na época, ainda não havia iniciado o programa de reintegração social e foi reforçado que André deveria permanecer no regime de internação.

Contudo, em 20 de março, uma nova reavaliação apontou visitas domiciliares e “periculosidade cessada podendo ser desinternado”. Um atestado de conduta também afirmou que o comportamento de André era “ótimo” e que tratava os servidores e os outros internos com respeito.

Com base no parecer dos peritos, foi indicada a desinternação, bem como a necessidade de continuidade do tratamento em regime ambulatorial em CAPS-AD, como forma de assegurar a plena possibilidade de reintegração psicossocial. Um novo exame deverá ser feito no caso do pai encontrado morto em casa.

Encontro de cadáver

Segundo a polícia, após ser flagrado com o corpo, o filho, de 32 anos, não soube explicar à equipe o motivo da situação e estava alterado. Questionado, ele disse aos policiais que não sabia que o pai estava morto e que conversava com ele havia alguns dias, mas não tinha resposta.

O homem foi preso em flagrante por ocultação de cadáver e encaminhado para o Centro de Triagem de Campo Limpo Paulista. O corpo do idoso foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Jundiaí. A polícia aguarda os laudos, que apontarão a causa da morte. A defesa dele não foi localizada.

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