Galvão Bueno programa a aposentadoria das narrações
Com 41 anos de Rede Globo, narrador esportivo ficou marcado pelas trasnmissões do futebol, Fórmula 1 e outros esportes
Uma história que ajudou a difundir cada vez mais não só o futebol, como também a Fórmula 1, o vôlei e os Jogos Olímpicos vai chegar ao fim. Depois de 41 anos, Galvão Bueno anunciou nesta quinta-feira (24), que deixará as narrações na Rede Globo. A última grande transmissão do narrador será a Copa do Mundo de 2022 do Qatar.
Desde 1981, quando foi contratado pela Globo, Galvão Bueno se consolidou como um dos maiores e melhores narradores de todos os tempos da televisão brasileira. Ele se tornou uma das grandes referências no jornalismo esportivo e a carreira terá o seu ponto final no Oriente Médio.
Antes disso, Galvão Bueno continuará sendo a voz dos jogos da Seleção Brasileira, como será nesta quinta-feira (24), no jogo contra o Chile, no Maracanã, às 20h30. Em entrevista ao Ge.globo, Galvão falou do futuro e da despedida.
“Estamos conversando, são reuniões em sequência do que será feito depois da Copa do Mundo. Pretendo realmente dar um mergulho de cabeça nesse mundo digital. Estamos negociando participações, sequência na Globo, outras plataformas. A Globo é minha casa. Não poderia chegar a minha última transmissão de seleção brasileira em TV aberta sem me referir a isso. É um momento que vai ser muito especial, marcante e de muita emoção”, conta.
Galvão atingirá no Catar a impressionante marca de 13 Copas do Mundo no currículo — 11 delas apenas na Globo, narrando todas as finais desde 1990. São 48 anos como narrador, 41 na mesma emissora.
A carreira de Galvão Bueno
Carlos Eduardo dos Santos Galvão nasceu em 21 de julho de 1950, na Tijuca, Rio de Janeiro, seis dias após o Brasil perder a Copa do Mundo para o Uruguai, no Maracanã.
Galvão começou a carreira em 1974, na Rádio Gazeta e, depois, na TV Gazeta, onde ficou até 1977. Um ano depois, participou das transmissões dos jogos da Copa do Mundo da Argentina, pela TV Record, como comentarista, e permaneceu na emissora por dois meses.
Em seguida, foi para a Bandeirantes, onde trabalhou durante quatro anos. O convite para a Globo veio em 1981. Com um estilo próprio de narração, Galvão revolucionou o ritmo das transmissões esportivas na Globo que ficou marcado por um tom inconfundível.
Referência
Galvão Bueno foi conquistando espaço e respeito a cada evento que participava. Virou uma referência de qualidade e envolvimento nas transmissões de futebol e corridas de Fórmula 1. Gols e ultrapassagens são comemorados sempre com entusiasmo e vibração, contagiando o público de maneira inigualável. “Tem que arrepiar”, acredita, exatamente como ele se sente: arrepiado. Se perguntado sobre o que gosta mais de narrar, futebol ou corrida de Formula 1, a resposta é desconcertante.
Galvão Bueno é conhecido, ainda, por seus bordões. Do longínquo “vai que é sua, Taffarel”, ao cantado “Ronaldinhooo”, terminando naquele que é seu cartão de visitas, “bem, amigos!”.
“Eu nunca me preocupei em criar nenhum bordão. Algumas coisas pegam, ficam, mas vêm meio sem querer. Como a história do ‘Bem, amigos da Rede Globo’. Um dia eu fui abrir uma transmissão e me deu um branco. Eu não sabia se diria ‘boa tarde’, ‘boa noite’, o que falava – porque se estou de noite em algum lugar, pode ser de tarde no Brasil. Então, falei: ‘Bem, amigos da Rede Globo…’ E ficou. Caiu no gosto popular”.
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