Saúde & Bem-Estar

Os efeitos negativos da pandemia após a volta do cotidiano

A expectativa era de que o comportamento das pessoas melhorasse, mas os conflitos cresceram

O mundo ainda sofre com a pandemia do coronavírus desde março de 2020. Quando ela começou, após ser decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) muita gente foi forçada a cumprir o isolamento social, o distanciamento e também viu vários eventos culturais, de música e esportivos cancelados, ou sendo realizados, mas sem público. Com a vacinação em massa, foi possível voltar a normalidade, ainda com certos cuidados. Mas se a expectativa era ter a humanidade ainda mais serena, pacífica e respeitosa, se enganou.

A impressão é que com a volta das atividades, a população está mais aflorada e intolerante. Brigas entre torcedores, contra jogadores, além da guerra na Ucrânia e outros casos de brigas e assassinatos envolvendo a população se tornaram mais recorrentes.

A pergunta que fica é o que a pandemia do coronavírus trouxe de impactos, além de reflexos na saúde física da pessoa? Psicologicamente e socialmente, como a pandemia afetou o comportamento das pessoas, ao ponto de ficarem mais intolerantes?

A Rede Noticiaz ouviu a psicóloga Viviane Oliveira, que analisou o perfil atual da sociedade e os motivos de tamanhos conflitos gerados por influência da pandemia. Acompanhe:

1) O que e como a pandemia afetou na vida das pessoas? Quem foi o mais afetado?

A pandemia mudou completamente a rotina dos brasileiros tanto no ambiente de trabalho quanto em âmbito pessoal. Empresas foram fechadas e o modelo de trabalho adaptado.
Muitas pessoas se viram sem renda ou com uma diminuição considerável dos seus ganhos, o que gerou desespero e/ou preocupação.

Preocupação essa causada também devido a possibilidade sempre a espreita de se infectar com o coronavírus. De nossos familiares e amigos serem pegos por algo tão perigoso.

Isso gerou uma angústia sem precedentes, adicionado ao fato de ter nossa liberdade limitada e até em certo momento retirada de nós. As relações interpessoais também sofreram mudanças.
Foi necessário desenvolver ferramentas para ressignificar nosso cotidiano e se manter firme até a tudo se acalmar.

2) Acredita que durante a pandemia, problemas com a ansiedade, depressão e tristeza aumentaram e se tornaram mais discutidos?

Com certeza! O isolamento social, a situação econômica do país e de cada cidadão, a finitude da vida exposta e relembrada com tanto afinco, possibilitaram o declínio da saúde mental das pessoas, em alguns casos em forma dos transtornos de ansiedade e depressão.

A pandemia potencializou os estresses, o que levou as pessoas a buscarem uma rede de apoio, seja ela através de profissionais ou de parentes, amigos, ONGs e etc.

3) Muito se dizia que a população sairia dessa pandemia melhores, valorizando mais a pessoa, mas não é o que acontece. Por que?

É difícil determinar um porquê que seja abrangente o suficiente, se é que ele existe! Cada pessoa traz consigo suas próprias crenças, ideias e formas de olhar e se posicionar diante da vida. A pandemia representa um laboratório de emoções.

Ela nos convida a refletir sobre o que é realmente importante para nós, refletir sobre as escolhas que fazemos e nossa responsabilidade nelas. Como na maioria das situações de crise ela nos levou a mudanças significativas, é um momento de resignificação.

Estamos dispostos a transformar o que somos, buscando ser a melhor versão de nós, ou vamos nos manter engessados e fadados a cometer os mesmos erros? A escolha é de cada um.

4) Após a “volta” das atividades e deste novo normal, acredita que o comportamento piorou? Porque vemos que as pessoas estão mais afloradas, ou seja, se extravasando e mais rebeldes do que antes?

No meu ponto de vista as pessoas estão mais intolerantes, acredito que isso se deve a diversos fatores que estiveram presentes e alguns ainda estão.

Como por exemplo o equilíbrio emocional que está abalado, a insegurança em voltar a vida como era antes, os prejuízos financeiros causados pela Covid-19 e etc.

5) No caso do futebol, o número de confusões vem aumentando significativamente. Isto é reflexo direto com esta volta aos estádios após quase dois anos cumprindo o isolamento e sem estar no local?

Com base no que dizem alguns sites, se deve a falta de medidas mais rígidas entre outros fatores. No entanto, olhando o contexto atual e tudo que passamos, podemos dizer sim que a pandemia impactou na forma das pessoas se comportarem.

6) Quais são as melhores formas da pessoa conseguir superar este tempo que a pandemia forçou de estar isolado e sem contato, mas de uma forma saudável?

Procurando estar próximo de pessoas que fazem bem e trazem felicidade, cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos, afinal cuidar do corpo é também cuidar da mente.

Se permitir a ter tempo de lazer e descanso, fazer algo para seu prazer. Se perdoar, nem sempre podemos entregar 100% e está tudo bem. Filtrar o fluxo de informações negativas, a ponto de não se deixar sobrecarregar.

Regular suas emoções, suas frustrações e sua incerteza. Coloque as coisas em perspectiva Este é um momento passageiro em sua vida. Faça uma lista de todas as coisas que você pode influenciar e todas as coisas que estão além do seu controle. Sempre que necessário, procure ajuda de um profissional.

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