Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes foi tema de palestra no CRAS IV

A oficina com famílias do CRAS IV, no bairro Ibirapuera, na Estância Turística de Barretos, foi dedicada à conscientização para o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A campanha é desenvolvida pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), unidade da Proteção Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social.

A psicóloga do CREAS Irenita Rodrigues Amorim está percorrendo às quatro unidades do CRAS para conscientizar a população sobre os danos que o abuso e exploração causam a crianças e adolescentes e a importância de, ao se ter conhecimento desse tipo de crime, denunciar. Na palestra, Irenita ressaltou que é necessário vencer o tabu em falar sobre abuso sexual, pois falando ou não, casos de abuso ocorrem todos os dias.

Ela buscou conscientizar os presentes com vídeos e dados que mostram que, a cada hora, três crianças ou adolescentes são abusados no Brasil. Uma em cada três meninas será vítima de abuso ou exploração sexual antes dos 18 anos. Embora meninas sejam as vítimas mais frequentes, os abusos também ocorrem com meninos.
Mensagens foram direcionadas para quem pode estar sendo vítima: “Quando você pede ajuda, uma mão segura outra mão”, “o meu bicho papão foi preso pela Justiça”. E para quem presencia: “você pode ser a voz de quem ainda não sabe pedir ajuda”.

Impacto nas vítimas

Irenita informou que, conforme a etapa da infância em que o abuso ocorre, pode causar danos cerebrais permanentes. “O abuso sexual em crianças e adolescentes causa também impacto emocional, psicológico. Principalmente quando ocorre dentro de casa, envolvendo pai, padrasto. Provoca mistura de sentimentos, ilusões, percepções erradas”, afirmou, levando em conta que ao mesmo tempo em que o abuso gera dor, muitas vezes há sentimento de amor por aquela pessoa próxima.

“Medo, embaraço, culpa, vergonha”. Sentimentos elencados pela psicóloga que tendem a causar prejuízos para o cotidiano das vítimas. Ela destacou que situações que envolvem ameaça, a frequência com que os abusos ocorrem e quando está associado a violência podem tornar ainda piores os impactos que a vítima continuará carregando ao longo da vida. “Também importa muito a forma como a família reage quando ocorre a revelação. Se a mãe não acolhe a criança ou se mesmo falando com a mãe nada é feito: pode ter impacto ainda maior”, observou.

Ajude e denuncie

“Eu fui ajudada não somente por mulheres, mas também por homens. Eles me ajudaram a fazer essa denúncia”. Foi a mensagem veiculada em outro vídeo exibido pela psicóloga. Irenita concluiu avaliando como positiva a presença de homens entre o público que acompanhou a palestra.

A coordenadora do CRAS IV, Valdirene Figueiredo, também ressaltou a importância de denunciar. “Precisamos entender que acontece perto de nós. Pode não ser na sua família hoje, mas temos que ficar de olhos abertos e qualquer situação de que se tenha conhecimento, deve ser denunciada”, afirmou. Para denunciar: Disque 100, Ligue 180 ou acione a Polícia Militar pelo telefone 190.

A campanha no município foi iniciada em 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e terá duração de 12 meses. Em parceria entre a Secretara Municipal de Assistência Social e outros órgãos, nesse período ocorrem ações em escolas da Secretaria Municipal de Educação e atividades em conjunto com a OAB Barretos, Polícia Militar, Conselho Tutelar e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

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