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Compliance deve ser parceiro de ESG das empresas, aponta especialista

De acordo com advogada, estas duas áreas devem, em breve, se fundir em uma única, convergidas com o mesmo propósito de governança, responsabilidade socioambiental e anticorrupção

As áreas de Compliance, de governança, responsabilidade econômica e socioambiental (ESG) deverão, a médio prazo, estar convergidas em um único setor dentro das empresas. Esta é a perspectiva de Natália Salzedas Pinheiro da Silveira, sócia das áreas de Compliance e Concorrencial no escritório de advocacia Lobo de Rizzo.

“Vejo no futuro as duas áreas atuando em parceira. De certa forma, o compliance já aprendeu a fazer governança responsável. Isso pode fomentar as duas áreas a atuarem em conformidade, indo além e entendendo os anseios da população. O compliance, de toda forma, tem muito a ajudar em outras áreas”, defendeu a especialista, na última segunda-feira (12), durante o painel “Carreira em compliance no Mercado Jurídico”, que ocorreu no evento Conferência Mercado Jurídico, promovido pela Fundação Estudar.

Para Leopoldo Pagotto, doutor em Direito Econômico-Financeiro pela Universidade de São Paulo (USP), essa evolução do compliance dentro das empresas é fruto da própria Lei Anticorrupção ao longo da última década.

“Quando se iniciaram os debates sobre compliance dentro das empresas, as pessoas se sentiam ofendidas, como se estivessem sendo acusadas de algo. Hoje, o entendimento já é outro, com os profissionais levando mais a sério esta área, com treinamentos internos, por exemplo. Houve, portanto, uma valorização da área, como um todo“, destaca o especialista.

Mundo jurídico dentro do metaverso

Um outro tema que que suscitou debates dentro do evento da Fundação Estudar foi o painel “Metaverso e o mercado jurídico: inovação e tecnologia”, no qual, especialistas em direito cibernético apontaram os desafios dos futuros advogados com com suas atuações dentro do metaverso de que forma as leis poderão, ou não, ser aplicadas nesta realidade paralela.

“Temos desafios no sentido de proteção de dados. Um deles é quanto à vigilância, até que ponto estas plataformas conseguem entender o nosso perfil e saber o que fazemos. Temos também a questão do uso e tratamento dos dados pessoais dos usuários, sobretudo, àquelas sensíveis, como a íris ocular, por exemplo. Um terceiro ponto de atenção é como as empresas vão coletar e usar e se haverá garantia de transparência dos dados dos usuários e, por fim, a própria segurança da informação que com os dados coletados, que no metaverso é mais intensa do que sites e redes sociais, por exemplo“, comentou Felipe Palhares, sócio das áreas de Proteção de Dados e Cybersecurity, e de Tecnologia e Negócios Digitais do BMA.

Empregabilidade

O Conferência Mercado Jurídico reuniu centenas de jovens advogados e estudantes do Direito, com os principais escritórios de advocacia do país. O objetivo do encontro é promover networking e fomentar a empregabilidade nesse setor.

Quem aproveitou o encontro e passou dicas para a centena de jovens presentes foi Monique Mavignier, sócia da BMA Advogados. A advogada trouxe uma análise atual sobre o comportamento que os novos juristas deverão ter diante de seus clientes para construírem uma carreira de sucesso.

“Precisa-se entender que, por mais que, muitas vezes, atendemos a empresas e grandes corporações, no fundo lidamos com pessoas. Diante disso, além de conceitos técnicos, hoje se faz necessária uma compreensão socioemocional abrangente, com entendimento do que o cliente quer. Não apenas apontar os problemas, mas trazer soluções criativas com os recursos disponíveis”, pontuou a advogada.

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