Lar e Construção

Paisagismo, tecnologia e convivência são os focos no setor imobiliário

Estes são os caminhos considerados essenciais para trazer crescimentos de vendas

O setor imobiliário vem obtendo uma retomada de procura e de negócios e a tendência é que a partir do segundo semestre de 2023 haja uma arrancada. Além da superação da pandemia de Covid-19, fatores como a reorganização da cadeia logística mundial e da queda da inflação e da Selic, a taxa básica de juros no Brasil, impulsionam a alta.

Portanto, os lançamentos de novos empreendimentos imobiliários que estavam represados serão retomados e focados no perfil do novo consumidor, que passou a valorizar as áreas de convivência, os coworking, ou seja, os escritórios compartilhados para permitir o home office, a integração à natureza e a incorporação de tecnologias avançadas para reforçar a segurança.

Um desses otimistas com o aquecimento das vendas no setor imobiliário é o diretor de novos negócios da NEWPROPERTIES, Henrique Haddad. A empresa foca seus negócios na capital paulista e para o segmento das classes média e alta.  “Estamos bastante otimistas. O pior já passou”, disse Haddad.

Seguindo a tendência da última década, inflada pela pandemia, as pessoas passaram a valorizar o conforto em casa e o convívio com as outras pessoas. Por isso, buscam áreas comuns super equipadas, apartamentos mobiliados e integração dos ambientes com a natureza.

Daí a procura por imóveis com paisagismo, coworking com wifi  e tecnologias para videoconferência. Um dos diferenciais do empreendimento do grupo é posicionar a área de lazer no topo dos prédios, para que os futuros condôminos desfrutem da vista.

Áreas

Nas áreas internas, a tendência é seguir a biofilia, ou seja, incorporação de materiais que remetem à natureza, para tornar os ambientes mais leves, como uso de madeira, folhagens e jardins verticais nas paredes. O uso de espelhos, especialmente nos apartamentos menores, ajuda a ampliar o ambiente.

“Todo o conceito de incorporação parte das necessidades do morador”, explicou Haddad. Daí o emprego de tecnologias para garantir a segurança, como acesso biométrico nas áreas comuns, portaria eletrônica e equipamentos com reconhecimento facial.

Como o consumidor do Século XXI também está mais antenado com as causas ambientais, os projetos do grupo adotam sistemas de reuso de água e instalação de placas fotovoltaicas para geração de energia elétrica para economia nas contas. Nas unidades compactas, um dos diferenciais é a eliminação das chaves, com instalação de fechaduras biométricas.

Mas as inovações não param por aí. Em um prédio da linha Walk, em Moema, por exemplo, a Movida montou uma locadora no subsolo para uso exclusivo dos moradores da torre, para pagamento por hora.  Os novos empreendimentos também priorizam o suporte para carregamento dos carros elétricos e bicicletários.

Mudança de conceito

Todas essas inovações incorporadas nos novos empreendimentos são decorrentes da mudança do conceito de moradia com valorização das residências, busca de equipamentos mais completos, ambientes inteligentes e imóveis decorados e com plantas.

Os compradores ainda levam em consideração os equipamentos de lazer na hora da escolha dos imóveis, como piscinas, aparelhos modernos nas academias e salões de festa. No caso das famílias, brinquedoteca e playground ajudam ao fechar o negócio. Os Pet Place, os espaços para diversão dos animais de estimação, também não podem faltar nos novos empreendimentos.

Dependendo dos espaços, há casos de empreendimentos que contam com sauna, spa, solar e ampla área externa verde. As lavanderias coletivas, com máquinas para lavagem e secagem de roupas, também não podem mais faltar nos lançamentos, contou Haddad.

Lançamentos

O aumento da oferta de unidades habitacionais ano que vem está baseado em três fatores: definição do cenário eleitoral,  mudança na política fiscal e queda da inflação e da taxa Selic, que hoje está em 13,75% ao ano. Desta forma, a tendência é que o custo do crédito imobiliário barateie para o consumidor, o que favorece os novos negócios.

Essa análise ajuda os empresários do ramo na tomada de decisões. Diante do cenário de incertezas econômicas e políticas ainda por conta da guerra entre Rússia e  Ucrânia, as pessoas estão postergando a compra dos apartamentos, explicou Haddad.

A expectativa do diretor de novos negócios da NEWPROPERTIES  é que ocorram novos lançamentos e os preços dos imóveis na planta subam para esse segmento de atuação.  Normalmente, o número de lançamentos é menor por conta das dificuldades de encontrar terrenos na capital paulista nas áreas mais nobres.

Via de regra, o consumidor com maior poder aquisitivo é mais resiliente, pois depende menos de financiamento imobiliário, é menos impactado pelas mudanças no mercado de trabalho e é menos avesso ao cenário macroeconômico.

Novo perfil

No passado, os apartamentos eram mais procurados pelos idosos, mas, nas últimas décadas, houve uma reversão nessa tendência, e a escolha depende do momento na vida do consumidor, quando se casa, tem filhos ou se divorcia.

Por isso, a empresa foca seus produtos de acordo com essas mudanças. Para exemplificar, a linha Walk é mais compacta com apartamentos funcionais e mobiliados de 25 a 50 metros quadrados, situados próximos de estações do metrô e regiões consolidadas, procurados por profissionais em início de carreira na faixa de 25 a 30 anos.

Já a linha New Residence, por exemplo, é direcionada para um perfil mais familiar, com unidades mais amplas. A empresa lançará, em Moema, por exemplo, um empreendimento com unidades de 150 metros quadrados, com três vagas na garagem e três suítes.

Para o ano que vem, a empresa pretende lançar de quatro a cinco projetos, com linhas diferentes, em regiões nobres e com imóveis de alto valor agregado. Na Vila Clementina, por exemplo, será lançado um prédio próximo do shopping e das estações do Metrô. Em Moema serão dois empreendimentos em uma região muito cosmopolita que passou a ser revitalizada nos últimos cinco anos.

Outro empreendimento será lançado no Paraíso, próximo da Avenida Paulista. Outro segmento será destinado a região do Parque do Ibirapuera. De modo geral, os empreendimentos do grupo contam apenas com uma torre, com média de 100 a 120 unidades. O projeto mais compacto normalmente conta com 91 unidades.

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