Os quatro grandes querem fazer bonito no Paulistão 23
Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo querem mostrar que são os protagonistas
É hora do torcedor matar a saudade após um período de férias antecipada e da Copa do Mundo. Começa neste sábado (14), mais uma edição do Campeonato Paulista, considerado por muitos como o estadual mais difícil do Brasil. E além das equipes do Interior, como Guarani, Red Bull Bragantino, Botafogo-SP e o Mirassol, que prometem esquentar as disputas, tem uma Portuguesa que volta com a promessa de ficar e dar trabalho. E claro, os quatro grandes que chegam para não dar chance alguma para as “zebras”.
Para saber mais sobre o que Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo vão aprontar, a Rede Noticiaz faz uma análise das equipes, sobretudo com os reforços e a perspectiva de jogo que cada um deve adotar, rumo ao título. Embora o Paulistão não tenha o mesmo peso que tinha até alguns anos atrás, ficar de fora das finais e perder para os maiores rivais, não é algo que ninguém quer.
Lembrando que na primeira fase, embora separados por grupos, os times enfrentam os adversários de outros grupos e não do mesmo. Nas quartas de final, os dois primeiros de cada grupo se enfrentam em jogo único. Na semifinal, também há jogo único. Somente na final é que ocorrem dois jogos. O árbitro de vídeo estará presente em todas as partidas do Campeonato Paulista. :
Palmeiras
O atual campeão Paulista é mais uma vez o principal favorito a ser batido na competição. Embora sem Gustavo Scarpa, que se transferiu para o Nottingham Forest (ING), o Verão aposta na base mantida, no excelente trabalho feito por Abel Ferreira, nas estrelas de nomes como Dudu, Gustavo Gómez, de contratos renovados, Rony, Raphael Veiga e a promessa que já virou realidade: Endrick.
O garoto de 16 anos já foi vendido para o Real Madrid, mas por ainda não ter completado a maioridade, vai permanecer no Alviverde até 2024. Ou seja, é a oportunidade de se firmar no time principal e mostrar ainda mais todo o potencial que o fez ser vendido pela bagatela de R$ 400 milhões. A tendência é que o elenco seja rodado ao longo da competição, mas sempre apostando no esquema 4-3-3, onde Dudu e Endrick joguem nas pontas e Rony seja a referência. Ou seja, um time veloz e ofensivo, mas que seja rápido para a recomposição defensiva.
No entanto, se o time considerado titular é visto com grandes expectativas, a dúvida recai com as peças de reposição. Atletas como Bruno Tabata, Merentiel e Flaco López ainda não são vistos pela torcida com grande confiança. Ainda assim, o Abel Ferreira confia no elenco e promete um Palmeiras ainda mais forte.
O Verdão está no Grupo D, com a Portuguesa, Santo André e São Bernardo.
Corinthians
O Timão segue de olho no mercado, afim de contratar mais quatro atletas. E um dos nomes mais bombásticos que podem pintar é do meia Phillipe Coutinho. O presidente Duílio Monteiro Alves confirmou o interesse do Corinthians no atleta que passou pela Seleção Brasileira, mas sabe que o desafio financeiro será um obstáculo e tanto. Ainda assim, está otimista com a negociação.
Dos contratados, Romero chegou para a vaga do lesionado Gustavo Mosquito, e Bidu suprindo a saída de Lucas Piton para o Vasco. Outro importante nome que confirmou permanência no Timão é Yuri Alberto. O atacante, emprestado pelo Zenit (RUS), acabou sendo comprado em definitivo.
O Corinthians deve sofrer algumas mudanças em relação ao esquema de jogo e time-base do ano passado, com Vítor Pereira. Fernando Lázaro, técnico contratado para substituir Vítor Pereira, é adepto do 4-1-4-1, sistema bastante usado por Tite, de quem foi auxiliar e é fã. Ele também gosta do 4-4-2, cenário em que Yuri Alberto e Róger Guedes seriam os dois atacantes titulares. Ainda não há mostras concretas de qual será a equipe da estreia.
Mesmo assim, é possível imaginar o Corinthians com algumas figurinhas repetidas em relação ao ano passado, como os dois atacantes já citados e o volante Fausto Vera, por exemplo, e novos nomes, como o de Maycon, que ano passado sofreu com lesões, mas agora está à disposição.
O Timão encontra-se no Grupo C, com Ferroviária, Ituano e São Bernardo
Santos
O Santos é quem vive uma espécie de jejum de sair da fase de grupos do Campeonato Paulista. E pra piorar, tem a obrigação de evitar novos sufocos de evitar o risco de rebaixamento para a Série A2, igual como aconteceu nas últimas duas edições.
Para isso, reforços foram contratados, como o zagueiro Messias, o lateral-direito João Lucas, o atacante Mendoza, o volante Dodi, do Kashiwa Reysol e a volta do goleiro Vladimir. Além disso, trouxe o técnico Odair Hellmann e Falcão, para ser executivo de futebol. E ainda renovou o contrato do goleiro João Paulo, agora até 2027.
A expectativa é de ver um Santos mais organizado taticamente em campo e equilibrado na saída para o ataque e na recomposição defensiva. Coisa que vinha faltando nos últimos anos e geravam temor na torcida. Só que a criação do time ainda é algo que preocupa e por isso é uma missão do Peixe tentar encontrar um meia armador para melhorar a eficácia na criação de jogadas ofensivas. Inicialmente o Santos pode usar um 4-4-2, mas alternando para 4-3-3 ou um 4-2-4, especialmente no momento do ataque.
O Peixe está no Grupo A, com Botafogo-SP, Red Bull Bragantino e Inter de Limeira.
São Paulo
Seis jogadores chegaram para reforçar e dar a qualidade tão aguardada que o técnico Rogério Ceni espera do São Paulo. Méndez, o goleiro Rafael, o meia-atacante Wellington Rato, o zagueiro Alan Franco e os atacantes Marcos Paulo e Pedrinho, são os reforços que vieram para deixar um time mais dinâmico e rápido para atacar.
Muitos jogadores saíram, como Igor Gomes, Leo Pelé e Patrick e o desafio é deixar um time consistente na marcação e fortaleza para executar a marcação pressão. Com a volta de Liziero e a manutenção de Nestor e Pablo Maia (e Luan) como pilares no meio de campo, Ceni pode adotar o 4-3-3 que sempre quis na equipe. Nesse sistema, os pontas atuam com os pés invertidos: o canhoto joga na direita e o destro na direita. Assim, podem cortar para dentro com mais facilidade, buscando a área ou uma jogada para Calleri.
Com Alan Franco, desejo antigo do São Paulo, como zagueiro, a construção das jogadas ganha qualidade atrás. Com isso, Nestor tem mais liberdade para apoiar e chegar na área. Já sem a bola, o sistema prevê que os pontas possam ser ágeis para pressionar a saída de bola e recuperar a posse nos segundos após o time ficar sem a bola.
Não há como prever o futuro no futebol. A montagem que Ceni comandou no São Paulo pode não dar frutos e não é garantia de um 2023 melhor para o torcedor. Mas mostra que o forte do técnico é quando ele tem autorização para escolher os nomes que melhor encaixam com sua forma de jogar.
O Tricolor encontra-se no Grupo B, com Guarani, Mirassol e Água Santa.
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