Saúde

Conheça mais sobre a espondilolistese e como prevenir da doença

Com sintomas semelhantes aos de outras disfunções da coluna, a espondilolistese é mais comum em jovens praticantes de esportes e mulheres com mais de 50 anos

Cuidados com a coluna devem ser redobrados pela população. O alerta da vez é com a espondilolistese e embora acometa cerca de 2 milhões de brasileiros por ano, a doença ainda é pouco divulgada no contexto das doenças na coluna, retardando a procura por diagnóstico e tratamento adequado daqueles que apresentam o problema.

A doença é caracterizada pelo escorregamento de uma vértebra sobre outra, a condição causa dor lombar intensa que se estende pelos membros, podendo ser altamente incapacitante.

O que é espondilolistese?

A espondilolistese se dá pelo escorregamento entre duas vértebras da coluna vertebral, isto é, o deslizamento para frente, para trás ou para os lados de uma vértebra sobre a outra, causando dor e limitações funcionais do indivíduo.

Ela pode se apresentar sob diversas formas, de acordo com as suas causas, sendo classificadas como:

  • Espondilolistese degenerativa, causado pelo envelhecimento natural da coluna vertebral. Com o passar dos anos, tanto os discos quanto as articulações da coluna se tornam mais enfraquecidos e instáveis, favorecendo o deslizamento entre as vértebras;
  • Espondilolistese ístmica, originada pela espondilólise, é um tipo de fratura na coluna causada pela sobrecarga e excesso de hiperextensão da coluna, fazendo com que as vértebras atingidas se movam uma sobre a outra;
  • Espondilolistese traumática, causada por movimentos muito bruscos, acidentes e quedas que provocam o deslocamento das vértebras de forma instantânea;
  • Espondilolistese iatrogênica, cujas causas são intercorrências durante procedimentos e cirurgias que manipulam a região, prejudicando as estruturas da coluna vertebral;
  • Espondilolistese congênita, causada por má-formação na região, deixando as articulações mais instáveis e favorecendo a movimentação inadequada das vértebras.
  • Espondilolistese patológica, aquela causada por alguma outra doença, como tumores que enfraquecem as estruturas da região;

Apesar da extensa classificação da espondilolistese, segundo o Dr. Alexandre Elias, neurocirurgião com foco em coluna e mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os dois tipos com mais incidência são a degenerativa, mais presente em pessoas do sexo feminino, acima de 50 anos (acredita-se que por fatores hormonais e de osteoporose), e a ístmica, comum em adolescentes e jovens adultos, principalmente praticantes de atividades físicas que demandem hiperextensão da coluna.

Identificando os sintomas da espondilolistese

A espondilolistese provoca a dor lombar porque ao movimentar o corpo, temos o impacto direto nos segmentos instáveis e suas conexões nervosas.

Já a dor irradiada, ou seja, que se propaga para os membros inferiores, se dá pela compressão nervosa que o escorregamento das vértebras pode motivar.

Como o médico diagnostica a espondilolistese?

Como os sintomas da espondilolistese são bastante semelhantes aos de outras disfunções da coluna como a hérnia de disco e o bico de papagaio (osteofitose), para além do levantamento da história de queixa do paciente, o médico especialista em disfunções da coluna deve apoiar a sua investigação em exames de imagem.

Em princípio, os exames mais usados para identificar a espondilolistese são o raio-x, que revela o possível desalinhamento das vértebras, e o raio-x dinâmico, capaz de exibir a existência de movimento entre as vértebras.

No entanto, em alguns casos, os exames de tomografia e ressonância magnética também podem ser solicitados para esta mesma finalidade, ajudando a visualizar possíveis estruturas não ósseas afetadas pelo problema.

Tratamento da espondilolistese: quando a cirurgia é uma opção?

Na grande maioria dos casos, a espondilolistese pode ser tratada com medicação, e com o suporte de procedimento minimamente invasivo de vídeo endoscopia para o descompressão de raiz nervosa afetada pelo deslizamento da vértebra. “, afirma o neurocirurgião Alexandre Elias.

“Os procedimentos minimamente invasivos são soluções interessantes para o tratamento de espondilolistese, pois não provocam sangramento significativo e consequentemente evitam alterações de pressão arterial, e outras questões relacionadas às cirurgias tradicionais”, afirma o neurocirurgião Alexandre Elias.

Em alguns casos, será necessário a realização de cirurgia mais invasiva, fixando parafusos para a estabilização das vértebras.

Por fim, é sempre bom lembrar que as cirurgias para o tratamento da espondilolistese estão presentes no SUS, tendo o senão das filas para a operação, e fazem parte do rol da ANS para cobertura pelas operadoras de planos e seguros e saúde.

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