Guarani celebra os 110 anos promovendo solidariedade
Clube reservou a data para fazer doações à famílias carentes
Um dia especial para Campinas e todo o interior de São Paulo. O Guarani Futebol Clube comemorou 110 anos de existência nesta sexta-feira (2), mas quem ganhou o presente foram as famílias carentes da cidade, graças a doações recebidas.
O Bugre começou a distribuição de 2 mil cestas básicas para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. E além dos atletas e da comissão técnica, o clube teve a participação de outros funcionários para a ação solidária.
Segundo o Guarani, o clube afirmou que “essa foi a forma que encontramos de retribuir todo o amor e carinho recebidos da Família Bugrina, e de ajudar ao menos duas mil famílias da nossa cidade”.
Disse ainda que “o Guarani FC, que carrega Campinas no seu distintivo, entende o momento delicado pelo qual todos passamos, e se solidariza com todos os afetados e vitimados pela Covid-19 no principal dia do seu calendário”.
Desafios
O Guarani completa 110 anos relembrando momentos marcantes de títulos, mas também revelar grandes atletas, como Zenon, Careca, Luizão, Amoroso, Jonas, Fumagalli e entre outros. O principal orgulho é o título do Campeonato Brasileiro de 1978, vencido diante do Palmeiras.
Mas os últimos anos tem sido muito duros para o Bugre, que alternou com acessos e quedas no Campeonato Paulista e Campeonato Brasileiro. E um dos maiores desafios é o de promover uma grande reorganização financeira. As dívidas do clube passam de R$ 150 milhões e segundo o Bugre, 80% envolvem questões tributárias, enquanto que o restante é por conta de ações trabalhistas.
O presidente Ricardo Miguel Moisés, falou das ações feitas para reverter a situação. “A filosofia de trabalho nossa é essa, de trabalhar com os pés no chão e só dar o passo do tamanho da nossa perna. Então a gente jamais vai assumir compromisso que a gente não possa honrar. Então por isso essa administração trabalha com os pés no chão e, mesmo diante dessa pandemia, conseguiu manter os salários de todo o elenco em dia”, explica Moisés.
“A gente apresenta todas as defesas. Infelizmente alguns tributos não foram recolhidos no passado e existem essas demandas. O que a gente vem fazendo com o RH novo é controlar as novas demandas, fazer um trabalho de que não apareçam novas ações trabalhistas, respeitando o direito de cada empregado ou cada atleta da maneira correta e o valor certo”.
Soluções
Para tentar sanar, mesmo que aos poucos, essa dívida, a Justiça do Trabalho retém 20% das verbas que entram no clube hoje em dia, como vendas de jogadores e cotas de TV dos campeonatos, por exemplo. Atualmente são mais de R$ 3 milhões retidos, segundo a diretoria, o que também diminui, de certa maneira, a capacidade de investir diretamente no elenco.
Seja com a busca por novos patrocinadores, o corte de despesas ou o adiantamento de cotas das transmissões dos campeonatos, o Guarani vem conseguindo manter os salários em dia mesmo em meio à pandemia. O próximo objetivo agora é conseguir o acesso à Série A para que o clube possa voltar a ser protagonista no cenário nacional.
“Nós temos que arrumar a casa, se a gente não se organizar, não se estruturar, a gente não vai a lugar nenhum. A gente tem que sonhar sim, a gente está no caminho certo, a passos largos para chegar nesse objetivo. Então o torcedor pode sonhar sim, porque a gente dando continuidade nessa gestão, o Guarani vai chegar”, diz o presidente.
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