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A origem do Dia do Jornalista

Data homenageia os profissionais que levam a notícia à população, cumprindo com a democracia

Sete de abril. A data é especial para os profissionais da imprensa, pois é nela em que se celebra o Dia do Jornalista. Mas afinal, por que o dia foi escolhido e quando foi que deu origem a esta data? Para saber disso é necessário voltar ainda na época do Império no Brasil.

Tudo começou em 20 de novembro de 1830, quando o jornalista Líbero Badaró sofreu um assassinato provocado por dois imigrantes alemães. Eles fizeram uma pergunta para confirmar a identidade dele, mas ele nem teve tempo de responder, pois foi baleado no abdômen.

O motivo da morte foi porque Badaró, nascido na Ligúria, na Itália, era um jornalista que sempre fazia críticas duras em relação aos atos do Brasil Colônia, mas também na época do Império, onde Dom Pedro I era o responsável pelo país.

História de Badaró

Segundo a história, Líbero Badaró sempre foi uma pessoa de visão liberal, ou seja, defendia as liberdades individuais e a imposição de limites ao poder do Estado. Era tamanha a sua convicção que acrescentou Líbero ao nome de batismo.

Inquieto, Badaró se mudou para o Rio de Janeiro em 1826 e logo se notabilizou como “operador e parteiro”, nas palavras de Brasil Bandecchi, um de seus biógrafos, e no combate à epidemia de varíola. Nas horas vagas, dedicava-se aos estudos da vegetação tropical, pela qual ficou maravilhado.

No Rio, conheceu o baiano José da Costa Carvalho, fundador de O Farol Paulistano, o primeiro jornal paulista impresso. A amizade deles se fortaleceu com base nas ideias liberais em comum. Foi Carvalho quem convidou o amigo italiano a se transferir em 1828 para São Paulo, onde, além das atividades como médico, escrevia artigos para O Farol.

Recém-criada, a Faculdade de Direito, no largo de São Francisco, precisava de professores, e Badaró se ofereceu para lecionar geometria. Daí em diante, sua casa se tornou uma extensão do ambiente acadêmico e, em meio às intensas discussões políticas, nasceu o Observador Constitucional, segundo jornal de São Paulo.

A ida para o jornalismo

Médico, botânico e professor, Badaró passou a se dedicar também ao jornalismo. Surgia um homem de imprensa crítico e arrojado.

“Sobre os atos do governo, diremos mui francamente o nosso parecer, tanto em louvor, como em contrário, sem por isso darmos nossas palavras por Evangelhos, ficando cada um livre de combater a nossa maneira de pensar, sendo que cada um pensa como sabe e como pode”, dizia o programa do Observador em sua primeira edição, de outubro de 1829.

Não foi esse, entretanto, o texto do jornal que ganhou peso histórico. Mais adiante, em uma série de artigos depois reunidos em livro, Badaró defendeu uma imprensa sem amarras com clareza jamais vista no incipiente jornalismo brasileiro.

“Se não é a liberdade de imprensa que faça chegar ao ouvido dos imperantes o gemido dos oprimidos, qual será outro meio?”, escreveu. Nos primeiros meses da Independência, dom Pedro 1º demonstrava uma tendência liberal. Mas, com o passar dos anos, passou a ceder às tentações absolutistas, postura que era alvo de Badaró e dos demais redatores do Observador.

Não demorou para que o jornal passasse a incomodar o poder. E logo vieram as ameaças de morte ao jovem italiano. O Observador teve vida curta (13 meses), mas o jornalista tomou as memórias daquela geração e das seguintes. Em 1889, ano da Proclamação da República, a rua de São José, no centro da cidade, ganhou outro nome: Líbero Badaró.

A missão do jornalista

Após este fato, há exatos 190 anos, no dia 7 de abril de 1831, Dom Pedro I abdicou o trono. E cem anos depois, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) instituiu essa data como Dia do Jornalista em homenagem a Badaró.

E a missão que fica para todos os jornalistas, sejam eles produtores, repórteres, editores, apresentadores, chefes e gerentes de jornalismo é que a informação deve ser levada ao público com total transparência, bem explicada e que as perguntas sejam feitas de modo que tudo seja esclarecido.

Por mais que os entrevistados não gostem das questões e das opiniões críticas, elas são necessárias para garantir a democracia e que a população esteja ciente com o que ocorre na cidade, estados, país e mundo. Os jornalistas vivem um período tenso, diante de notícias complexas, como a cobertura da pandemia do coronavírus, mas também pelas constantes ameaças e retaliações que sofrem, além das perigosas fake news.

Os jornalistas que lidam com as assessorias de imprensa de clubes, entidades esportivas, empresas, política e entre outros também devem ser valorizados, pois são eles que divulgam os atos e novidades que as instituições lançam. A todos os jornalistas, os parabéns pelo trabalho incansável pelo bem da notícia, seja ela pública, social ou institucional.

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