A cidade de Itanhaém está em festa. Nesta quinta-feira (22), dia do Descobrimento do Brasil, a cidade celebra 489 anos de existência e é uma das mais antigas do país. O município foi essencial para ajudar no desenvolvimento e popularização do Brasil. Só que por conta da pandemia do coronavírus, as celebrações serão restritas.
O tradicional Festival Cidade Cultural será feito totalmente online. Artistas de Itanhaém levarão atrações de música, teatro, dança e até circo. Ele será transmitido ao vivo pelas redes sociais da Prefeitura de Itanhaém. Ele é composto pelos fazedores de cultura da cidade, que tiveram seus projetos aprovados na Lei Aldir Blanc municipal. No festival, haverá uma grande diversidade musical, com homenagens a Luiz Gonzaga e Aldir Blanc.
Além disso, a outra atração do aniversário de Itanhaém é o início do projeto Cypher das Ruas, que ocorrerá até o dia 25 de abril, e conta com uma programação completamente digital, com bate-papo, aulas e batalhas.
Veja a programação completa:
Entre os dias 20 e 25 de abril – 20 horas – Cypher das Ruas (facebook e Youtube @cypherdasruas)
dia 22/04
- 9h – Curso de Iniciação ao teatro, ao figurino e cenário
- 14h30 e 16h – Teatro- MENINA PRETINHA LINDA
- 16h – Teatro – MENINA PRETINHA LINDA
- 16h – Circo – Pinguinho e Kapilé –
- 17h – Música- Live com Coraly Santilly – Valeu Aldir!
- 18h30 – Música – James Santos
- 20h – Música – Urban Chilli (Live)
- 21h30 – Música – Nando Moraes
- 23h – Música – Inaya Guetto
dia 24/04
- 14h30 e 16h –Teatro – MENINA PRETINHA LINDA
dia 25/04
- Circo – Piquenique de Palhaços
- 17h – Música – Live Coraly Santilli – Corazón
- 18h30 – Música – Live com Cristiano Russo – “De Gonzaga a Dominguinhos”
- 20h – Música – Live com Lincon Chagas
História de Itanhaém
Em 1532, o Rei de Portugal enviou uma expedição às suas terras no Continente Americano, visando à colonização e fundação dos primeiros núcleos populacionais europeus. Assim, segundo a tradição e a hipótese mais provável, como atestam Paulino de Almeida, Pedro Taques e frei Vicente do Salvador, entre outros historiadores gabaritados.
Martim Afonso de Sousa, líder desta expedição, durante os dois anos em que permaneceu na região de São Vicente, teria fundado o núcleo original da cidade de Conceição de Itanhaém em 22 de abril de 1532, à margem oriental da foz do Rio Itanhaém, sob os pés do Morro do Itaguaçu, sendo, portanto, o segundo núcleo populacional criado pelos colonizadores portugueses no território brasileiro.
O povoado surgiu aos pés do “Convento Nossa Senhora da Conceição”, estrategicamente construído no alto do Morro do Itaguaçu. Tal localização visava o refúgio e a defesa dos moradores no Convento, em caso de ataque de índios inimigos. Posteriormente, a povoação foi elevada a categoria de vila em abril de 1561 pelo capitão-mor Francisco de Morais, sendo então nomeada “Vila Conceição de Itanhaém”. Assim, desde então, passou a ter sua própria Câmara Legislativa e o primeiro núcleo político.
De 1624 até 1753, Itanhaém chegou a seu auge em importância ao ser elevada à condição de “Cabeça da Capitania de Itanhaém” governada pela Condessa de Vimieiro e por seus descendentes. Ser cabeça de capitania na época equivaleria hoje a ser capital estadual.
A condessa era neta e herdeira de Martim Afonso de Sousa e governaria a Capitania de São Vicente, da qual Itanhaém fazia parte. Mas, após um questionamento judicial, a condessa foi destituída de seu cargo de donatária. Assim, por conta própria, criou a Capitania Conceição de Itanhaém, decisiva para a História do Brasil, pois dela saíram as primeiras grandes entradas e bandeiras que desbravaram o interior do continente e que levou ao surgimento de estados como Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso.
As transformações no Século XX
Em princípio, Itanhaém permaneceu até o começo do Século XX apenas como uma pacata e isolada vila de pescadores e agricultores caiçaras, e só se tornou uma cidade com viés turístico, atraindo visitantes temporários de outras partes, após a chegada da ferrovia ao local em 1913.
Foi por meio dela, inclusive, ao receber turistas que buscavam as belas e intocadas praias, ilhas e morros, que nasceram e se desenvolveram bairros afastados, como o “Bairro do Poço”, atual “Belas Artes” e Suarão. O turismo existia na então cidade, mas ainda era pequeno por conta da precariedade dos meios de transporte, uma vez que a única opção era a Linha Santos-Juquiá (Sorocabana). No entanto, o turismo no município sofreria o salto definitivo com a inauguração da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega em 1961.
A partir desse ano, o acesso à cidade ficou muito prático para os turistas que estivessem de carro, vindo de qualquer parte do estado Por fim, Itanhaém acabou perdendo boa parte de seu enorme território com as emancipações dos municípios de Itariri em 1948, e de Peruíbe e Mongaguá, ambas em 1959.
O final da década de 1990 e início da década de 2010 foi um período que apresentou mudanças sensíveis à antiga cidade, após décadas sem grandes alterações. Em duas décadas, a população da cidade dobrou de tamanho, saltando de 46 074 habitantes em 1991 para 87 057 moradores em 2010, fato que modificou muito o antigo clima local de “cidade pacata de interior”, com poucos carros, baixa criminalidade e baixo movimento de pessoas em dias comuns.
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