A Índia vive um drama por causa da Covid-19. O país se tornou, nesta segunda-feira (24), o terceiro a passar a marca de 300 mil mortes causadas pelo coronavírus. Antes dele, o Estados Unidos e o Brasil haviam ultrapassado a triste marca.
De acordo com as autoridades indianas, ocorreram 4.454 óbitos nas últimas 24 horas. Este é o segundo maior número já registrado pelo país na pandemia. A maior marca ocorreu na quarta-feira (19), com 4.529 óbitos registrados em apenas um dia. Mas a situação mais preocupante na Índia é porque em duas semanas houve o registro superior de 57 mil mortes ocorridas.
Agora a Índia tem ao todo mais de 303 mil. Os EUA têm 589 mil óbitos e o Brasil, 449 mil. A principal causa da tragédia indiana é a complacência do governo, que se recusou a adotar um lockdown nacional, liberou comícios políticos e festivais religiosos e permitiu que uma nova variante, a B.1.617, se espalhasse pela Índia e para todos os continentes.
Além disso, o país teve 222 mil novos casos, o menor patamar diário desde 15 de abril, mas a segunda onda de Covid-19 segue devastando o país há quase dois meses, com hospitais lotados e crematórios que não conseguem atender ao volume de corpos.
São 26,7 milhões infectados desde o início da pandemia, atrás apenas dos EUA (33,1 milhões) e à frente do Brasil (16 milhões) e França (5,9 milhões). Mas as autoridades de saúde acreditam que todos os dados de casos e mortes podem ser ainda maiores. Os especialistas temem que os verdadeiros números podem ser entre cinco a dez vezes.
Entenda a variante indiana
A variante indiana B.1.617 possui três versões, com pequenas diferenças (B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3), descobertas entre outubro e dezembro de 2020. As três apresentam mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por conectar-se aos receptores das células humanas e dar início à infecção.
Entre as alterações, uma se destaca: a E484Q tem algumas similaridades com a E484K, alteração encontrada nas outras variantes de preocupação global. São elas: a B.1.1.7 (Reino Unido), a B.1.351 (África do Sul) e a P.1 (Brasil, inicialmente detectada em Manaus).
Até o momento, cientistas ainda não conseguiram estabelecer sobre a variante indiana:
- A sua real velocidade de transmissão e o quanto ela é mais transmissível
- Se a variante está relacionada a quadros de Covid-19 mais graves, que exigem internação e intubação
- O quanto as mudanças genéticas interferem na eficácia das vacinas já disponíveis
No Brasil, a variante indiana foi confirmada na semana passada em seis tripulantes que chegaram em um navio vindo da Malásia. Ela foi encontrada no Maranhão e as autoridades estão preocupadas e tomando as iniciativas contra a chegada da doença em solo maranhense.
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