Mais uma vez o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) voltou a criticar o governo federal. Nesta quarta-feira (4), ele acusou que houve a entrega da metade das doses previstas do lote de vacinas Pfizer contra o coronavírus.
Segundo ele, houve o repasse de 228 mil doses de um total de 456 mil a que São Paulo teria direito na divisão proporcional entre os estados (o critério é o tamanho da população). Isso poderia comprometer o calendário já anunciado, especialmente na imunização de adolescentes, que está previsto para começar a partir da metade de agosto.
A última remessa da Pfizer, a quantidade foi reduzida à metade, sem nenhuma justificativa. A decisão, que como governador qualifico como arbitrária, representa a quebra do pacto federativo. E o governo federal decidiu punir quem fez o certo e quem foi eficiente na vacinação”, disse Doria.
O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, protocolou um ofício junto ao Ministério da Saúde solicitando que as outras 228.150 doses que estavam previstas inicialmente sejam entregues em até 24 horas.
“O plano nacional de imunização é seguido de uma forma ética e planejada pelo governo do estado de São Paulo. O estado não poderia ter sido surpreendido por uma medida tão descabida. São 230 mil pessoas que passam a deixar de serem imunizadas”, disse Gorinchteyn.
Doses da CoronaVac seguirão sendo entregues
Mas apesar desta divergência entre os governos estadual e federal, João Doria afirmou que farpa a entrega das doses da CoronaVac, conforme estabelecido em contrato.
“Quero informar ao ministro Marcelo Queiroga que nós não faremos retaliação com o seu ministério. Hoje entregamos 2 milhões de doses da vacina do Butantan para o Ministério da Saúde pra vacinação de 2 milhões de brasileiros. Continuaremos a entregar a vacina do Butantan dentro dos prazos previstos.”
No início de julho, o governo de São Paulo anunciou a compra de doses da vacina contra Covid-19 exclusivamente para a população do estado. A aquisição permitiu um avanço local mais rápido na campanha de imunização, em comparação a outras localidades.
A aquisição de 4 milhões de doses da CoronaVac, produzida pela Sinovac na China e entregue diretamente a São Paulo, foi divulgada em 7 de julho. Desse total, 2,7 milhões de doses já foram entregues. Questionado sobre o assunto, o coordenador-executivo do comitê estadual de combate à Covid-19, João Gabbardo, reconheceu que o avanço da vacinação no estado tem relação com a compra de doses extras da CoronaVac exclusivamente para São Paulo.
“O estado de São Paulo conseguiu fazer uma aceleração, aumentar a velocidade da imunização em função do esforço de todos os municípios do estado de São Paulo e também porque o estado fez uma aquisição de vacinas diretamente da Sinovac, que possibilitou esse aumento das pessoas sendo vacinadas”, disse Gabbardo.
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