Contrato do Consórcio Nordeste para adquirir a Sputnik V é suspensa
Acordo era da aquisição de 37 milhões de doses
O Consórcio Nordeste decidiu pela suspensão o contrato da compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. Um acordo com o Instituto Gamaleya foi firmado e o anúncio veio por meio do governador do Piauí, Welligton Dias (PT).
O motivo alegado foram as “limitações” impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a falta da inclusão do imunizante no Plano Nacional de Imunização (PNI) como motivadores da suspensão.
“Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido uma decisão da Anvisa, que faz uma alteração no padrão de teste, junto com a não-inclusão no Plano Nacional de Imunização, e a falta da licença de importação”, declarou Dias em um vídeo divulgado à imprensa.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) também falou sobre a suspensão do contrato. “Diante da lentidão do Governo Federal no fornecimento de vacinas para os estados, temos buscado todas as formas da aquisição direta junto aos laboratórios para acelerar a vacinação, principalmente com a ameaça da nova variante Delta”, escreveu Santana nas redes sociais.
Uso controlado
A vacina da Sputnik teve autorização para ser usada pela Anvisa, mas com uma série de limites. Ela foi concedida aos nove estados que estão no consórcio e que fizeram o contrato com a Gamaleya. Foram autorizadas a importação de 4 milhões de doses que poderiam ser usadas no Brasil, de forma limitada, desde que os estados assinassem um compromisso de fazer estudos para verificar a segurança e a eficácia da vacina e levantar dados. Só que até agora, o fabricante da Sputnik V, o Instituto Gamaleya, não forneceu, segundo a Anvisa.
Além disso, todos os lotes da Sputnik que chegassem ao Brasil teriam que ser testados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para que se verificasse a segurança e eficácia.
Em junho, a Anvisa aprovou a importação da Sputnik com 22 condicionantes. Na época, a decisão foi comemorada pelos governadores, que aceitaram o compromisso. No entanto, até o momento, apenas quatro dos nove estados assinaram o termo.
A última previsão de recebimento das primeiras doses da Sputnik V no Brasil foi em 28 de julho, mas não houve desembarque das vacinas no país.
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