Winity será a operadora responsável pelo 5G no Brasil
Empresa ofereceu quase R$ 1,5 bilhão pelo primeiro lote
Nesta quinta-feira (4) aconteceu o leilão para a implantação da tecnologia 5G no Brasil, promovida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A vencedora foi a Winity II Telecom Ltda, ligada ao Fundo Pátria, que adquiriu o primeiro lote. Assim ela é a nova operadora de telefonia móvel com autorização para oferecer o serviço em todo o país.
Quinze empresas disputaram o leilão do 5G. Mas apenas três delas ofereceram o lance para obter o lote. Ele permite oferta da telefonia móvel de quinta geração na faixa de 700 Mhz.
As empresas que participaram da disputa do lote, e os respectivos lances, são:
- Winity II – R$ 1.427.872.497,87
- NK 108 – R$ 333.333.333,77
- VDF – R$ 318.000.000,00
Neste primeiro momento, o 5G chegará ao Brasil em 2022 e primeiro será implantado nas capitais. Mas ao longo do tempo a tecnologia vai chegar a outras cidades brasileiras. As pessoas irão experimentar uma velocidade maior para baixar e enviar arquivos pelo celular e menos atraso em videochamadas.
Isso porque o 5G pode ser até 100 vezes mais rápido do que as conexões 4G e terá a chamada baixa latência (um tempo mínimo de resposta, responsável pelo “delay” que acontece em ligações).
Benefícios
A evolução da rede vai permitir conectar muitos objetos à internet ao mesmo tempo: celular, carro, semáforo, relógio. Tudo isso já pode ser ligado ao 4G, mas é esperada uma melhoria para que tudo funcione de forma mais estável.
As melhorias de velocidade, tempo de resposta e confiança na rede prometem abrir um leque de aplicações. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, terão mais chances de acontecer quando a rede oferecer um tempo de resposta mínimo.
O mesmo vale para os carros autônomos, que ainda estão em testes. Atualmente, os veículos que dirigem sozinhos processam muitas informações sem depender da internet. Se todos os veículos puderem se conectar à rede, eles conseguirão trocar informações entre si e “terceirizar” o processamento de informações para data centers remotos.
O 5G pode revolucionar o próprio smartphone, já que as altas velocidades permitiriam que muitas tarefas deixassem de ser processadas no chip do aparelho e passasse a acontecer na nuvem, pegando emprestado a potência dos computadores. O mesmo pode acontecer com acessórios médicos, como pulseiras e relógios conectados.
Em termos práticos e do dia-dia, as videochamadas devem se tornar mais claras, a experiência de jogos on-line também deve ser aprimorada, as transmissões de vídeo ao vivo devem travar menos e perder sinal em meio a uma multidão será mais raro.
Além disso, será necessário uma adaptação de equipamentos: as operadoras precisam instalar antenas e as pessoas terão que comprar aparelhos compatíveis com a rede.
O 5G substituir a internet fixa?
Não. O 5G é muito potente e promete velocidades maiores até do que as que temos em casa, mas a tendência é que a rede móvel sirva como um complemento, da mesma forma que acontece hoje.
Para conectar o seu computador, lâmpadas, aspiradores de pó, geladeiras, entre dezenas de outras coisas, o Wi-Fi ainda será a ponte principal para a internet.
O 5G é a rede móvel, para aquelas coisas que precisam se conectar à internet enquanto estão em movimento.
Acesso restrito
O acesso inicial ao 5G deve ficar concentrado nas maiores cidades do país e em regiões mais ricas – isso porque as operadoras devem instalar as antenas em bairros com uma demanda maior da conexão, e a tecnologia ainda é compatível com poucos celulares (que geralmente custam mais).
O edital que vai permitir que as operadoras explorem a rede comercialmente prevê, no entanto, lotes regionais, vistos como um meio ampliar a concorrência para além das grandes operadoras e, assim, garantir que mais regiões tenham conexão de qualidade.
As empresas que vencerem os lotes regionais terão que instalar antenas 5G em municípios com menos de 30 mil habitantes até o final de 2029.
A expectativa é que as operadoras regionais contribuam para levar internet a cidades menores, que nem sempre são tão atrativas para as grandes companhias.
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