Bolsonaro pode se filiar a um novo partido
Presidente deve concorrer à reeleição e está sem partido desde que saiu do PSL
O presidente Jair Bolsonaro pode enfim ter um novo partido. Ele estaria com conversas avançadas com o Partido Liberal (PL). O anúncio oficial, inclusive aconteceria no próximo dia 22 de novembro. Mas em comum, o anúncio foi adiado, conforme nota do PL.
De acordo com o partido, a filiação do presidente foi adiada e não tem data para acontecer. A decisão foi tomada em comum acordo entre Bolsonaro e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, após “intensa troca de mensagens na madrugada”.
Eleito presidente pelo PSL em 2018, Bolsonaro deixou o partido em 2019 em meio a divergências com a cúpula da legenda. Na ocasião, chegou a articular a criação de uma nova sigla, a Aliança Pelo Brasil, que não passou da fase de coleta de assinaturas.
Depois de meses de indefinição sobre o futuro partido de Bolsonaro, o PL anunciou nesta semana que o presidente entraria para a sigla. Mas agora o desfecho terá que esperar mais um pouco.
“O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, comunicou aos liberais que a cerimônia de filiação do presidente Bolsonaro ao PL não será realizada no próximo dia 22, conforme anunciado na última semana”, disse o PL na nota.
Comunicado
O partido afirmou que Valdemar enviou um comunicado de 8 linhas aos seus correligionários, informando do adiamento.
“No comunicado de 8 linhas, enviado na manhã deste dia 14 de novembro, o liberal esclareceu que a decisão resultou de uma ‘intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo, 14, com o Presidente Jair Bolsonaro’. Segundo o mesmo comunicado, a decisão foi tomada ‘de comum acordo’, entre Costa Neto e Bolsonaro. A direção nacional do PL esclarece que ainda estuda outras datas para a realização do evento, a ser anunciada oportunamente”, completou o partido.
Mais cedo, durante visita a uma feira de aviação em Dubai, Bolsonaro já tinha dito que provavelmente sua filiação não ocorreria na data marcada. Bolsonaro explicou que ainda há pendências a serem resolvidas com o PL, como a afinação do discursos em temas da pauta conservadora, considerada muito importante por Bolsonaro.
“Temos muitas coisas a acertar ainda. Por exemplo; o discurso meu e do Valdemar nas questões das pautas conservadoras, nas questões de interesse nacional, na política de relações exteriores”, detalhou Bolsonaro. “A questão de defesa, os ministros, o padrão de ministros a continuar. Casamento tem que ser perfeito.”
Centrão
O PL é um dos principais partidos do grupo informal da Câmara conhecido como Centrão, com o qual Bolsonaro se aliou e de quem depende para aprovar projetos de interesse do governo e se sustentar politicamente.
Nesse grupo, Valdemar é um dos políticos historicamente mais influentes. Em 2012, Valdemar foi condenado no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele foi preso em 2013 e em 2014 passou a cumprir prisão domiciliar. Dois anos depois, em 2016, o ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu perdão da pena e determinou a soltura. Na ocasião, a decisão seguiu parecer da Procuradoria Geral da República (PGR).
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