Cultura

Conheça a história da Proclamação da República

Ao contrário do que se imagina, a mudança de regime não foi pacífica

Nesta segunda-feira (15) o Brasil vive o feriado da Proclamação da República. Há exatos 132 anos, do dia 15 de novembro de 1889, o país deixava de ser uma monarquia do Império para se tornar republicano. Contudo muita gente deve imaginar que a transição foi pacífica. Longe disso.

Segundo o historiador Milton Teixeira, o marechal Deodoro da Fonseca se juntava a tropas de rebelados no Campo de Santana, no Centro do Rio de Janeiro, com os quais depôs o gabinete de Dom Pedro II. Ao contrário do grito do Ipiranga de Dom Pedro I, em São Paulo, no 7 de setembro de 1822, com o qual declarou a Independência, Deodoro não foi de muitas palavras naquele novembro, 67 anos depois.

Ele explica que na tarde daquele 15 de novembro, Deodoro, mesmo se recuperando de uma crise de asma, decidiu apoiar o crescente movimento contra Pedro II. Vizinho do então chamado Campo da Aclimação, desceu de casa e se encontrou com militares enfileirados diante do Quartel-General do Império — onde hoje é o Palácio Duque de Caxias, no Rio.

“Deodoro não proclamou a República de imediato. Ele queria derrubar o presidente do conselho de ministros, Afonso Celso de Assis Figueiredo. Derrubou, mandou prendê-lo. E pediu que o imperador designasse um substituto. Aí o imperador designa Gaspar da Silveira Martins, que era arqui-inimigo do Deodoro”, lembra o professor.

“Deodoro recebe a notícia, à noite, e diz: ‘Então derruba logo todo o sistema’”, emendou. Quando Deodoro chegou ao Quartel-General do Exército, a porta estava fechada. “‘Abram esta merda!’”, cita Milton.

Consequências

Afonso Celso acabou deposto. Não muito longe dali, no Arco do Teles, na Praça 15, a Câmara de Vereadores realizava a solenidade que pôs fim ao Império do Brasil. “A República, na verdade, foi proclamada à noite. Por isso, na bandeira do Brasil, estão as estrelas visíveis na noite do dia 15”, destaca.

A queda do Império

O regime monárquico já não correspondia às vontades da população. Em paralelo, desde a Guerra do Paraguai, nos anos 1870, o Exército pleiteava mais participação no governo — no que não era atendido.

Além disso, também havia atritos entre Pedro II e a elite agrária. Ela exigia indenização pela libertação dos escravos com a Lei Áurea, de 1888.

E crescia no Sudeste, que substituiu o Nordeste como polo econômico, a influência do positivismo. Foi daí que veio o lema “Ordem e progresso” estampado em nossa bandeira.

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