

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano teve perguntas cortadas e trocadas. A informação veio do Jornal O Estado de S. Paulo. Questionado, o presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro alegou que não tem acesso à prova e que a troca durante a montagem é considerada normal.
Segundo o diário, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) passou a imprimir a prova antecipadamente para que mais pessoas analisassem o conteúdo da prova. O diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Oliveira, teria retirado 24 questões após uma “leitura crítica”. Dessas, no entanto, 13 foram reinseridas devido à necessidade de calibrar perguntas fáceis, médias e difíceis.
Nesta quarta-feira (17), o presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, negou ter tido acesso à prova durante audiência no Senado. “Sobre a interferência nas provas do Enem, o senhor ministro da Educação, Milton Ribeiro, e eu não tivemos em nenhum momento acesso às provas”.
Ele prestou esclarecimentos sobre servidores que pediram exoneração em massa na semana passada. Parte deles relata pressão ideológica na formulação do Enem. A prova está marcada para 21 e 28 de novembro.
“As provas foram montadas pela equipe técnica, seguindo a mitologia que vem sendo adotada, a teoria de resposta ao item (TRI). A prova possui um conjunto de questões de diversos níveis de dificuldade que são calibradas para garantir um certo nível de prova. É comum, portanto, que durante a montagem da prova, tenha itens que são retirados e itens que são colocados, justamente para garantir um nivelamento das provas”.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) chegou a afirmar que as questões do Enem começavam a “ter a cara do governo”. Mas ele declarou que não houve interferência da presidência na formulação do Enem. “Não, não vi. Eu não vejo, não tenho conhecimento”, respondeu Bolsonaro.
Ainda segundo o presidente, ele repetiu ataques que faz à prova desde o período da campanha eleitoral. Para Bolsonaro, o Enem tinha “questões esquisitas” e de “ativismo comportamental”.
“Olha o padrão do Enem do Brasil. Pelo amor de Deus! Aquilo mede algum conhecimento, ou é ativismo político? Ou é ativismo também na questão comportamental. Não precisa disso”, disse Bolsonaro.
Enquanto isso, no depoimento, o presidente o Inep voltou a garantir que não houve interferência. “Não houve interferência alguma do Palácio do Planalto, não houve. A cara do nosso governo — da nossa gestão, no caso do senhor ministro Milton Ribeiro –, é seriedade e transparência. Não houve interferência alguma do Palácio do Planalto em decidir ou escolher qualquer item da prova ou tema da redação.”
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