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Bolsonaro rejeita ajuda da Argentina nas enchentes da Bahia e gera críticas dos aliados

Presidente segue se divertindo em Santa Catarina, como se nada estivesse acontecendo no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue se divertindo nas férias em Santa Catarina. O passeio da vez foi no parque temático do Beto Carrero World. Estaria tudo certo, se o Brasil não passasse por uma crise sanitária devid à Covid-19 e também o surto de gripe. Além disso, a Bahia segue pedindo socorro devido as enchentes que mataram 24 pessoas e deixaram mais de 37 mil pessoas desabrigadas.

Pra variar, a presença dele gerou aglomeração. Créditos: Reproduçção/NSCTV

Na cidade de Penha, Bolsonaro chegou ao parque por volta das 11h e acessou o espaço pelos fundos do kartódromo e foi direto assistir ao show de Hot Wheels. Após o show, Bolsonaro apareceu na pista onde foi apresentado ao público. Ele vestia um macacão igual ao dos pilotos e falou com a plateia rapidamente. Em seguida foi para um dos carros da apresentação fazendo drift.

A atitude de Bolsonaro em não estar presente na Bahia liderando presencialmente as ações para os afetados pelas enchentes na Bahia vem rendendo uma série de críticas. Os próprios aliados dele não estão gostando nada desta postura e pediram que ele fosse à Bahia.

No início de dezembro, Bolsonaro sobrevoou as cidades atingidas pelas fortes chuvas. Na ocasião, ele acabou não anunciando nenhuma medida e foi criticado por adversários por ter feito, segundo eles, uma viagem com tom político.

Nesta segunda-feira (27), Bolsonaro postou nas redes sociais uma mensagem sobre as enchentes na Bahia. “As fortes chuvas voltaram ao sul da Bahia. Continuam na região todos os meios do governo federal na desobstrução de rodovias, distribuição de alimentos, resgate, antecipação do Fundo de Garantia, etc. Presentes na região os ministros João Roma e Rogério Marinho”, publicou o presidente.

Rejeição de ajuda da Argentina

Uma ajuda humanitária da Argenina chegou a se oferecer para ajudar a Bahia, após a terrível enchente que matou 24 pessoas e deixou mais de 37 mil desabrigados. O governador Rui Costa chegou a pedir a liberação do governo federal para que a ajuda ocorresse. Mas o Ministério das Relações Exteriores negou o pedido.

“Com a união de esforços, vamos superar este difícil momento. Agora, a missão argentina aguarda a autorização do Ministério das Relações Exteriores para que possam vir à Bahia. Agradeço aos argentinos e peço ao Governo Federal celeridade na autorização para a missão estrangeira”, escreveu.

No documento enviado, o governo federal afirma que os recursos pessoal e financeiro são suficientes, com reserva de R$ 200 milhões para enfrentar a emergência. “Na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o Governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos”, diz outro trecho do documento.

O Governo da Bahia informou que a Argentina ofereceu envio imediato de dez profissionais especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres.

Ainda na publicação, Rui Costa agradeceu ao embaixador Daniel Scioli e à presidente da comissão nacional dos Capacetes Brancos, a embaixadora Sabina Frederic, assim como ao cônsul-geral da Argentina na Bahia, Pablo Virasoro, que oficializou a oferta de ajuda ao governo baiano.

Bolsonaro

Em relação ao assunto, Bolsonaro falou nas redes sociais justificando a negativa de ajuda humanitária vinda da Argentina. “Em contato com o Itamaraty, a Chancelaria Argentina ofereceu assistência de 10 homens (“capacetes brancos”) para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada pelas enchentes na Bahia”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais.

“O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da Marinha e Exército”

Segundo Bolsonaro, o auxílio da Argentina não é necessário no momento em que mais de 629 mil pessoas são afetadas pelas chuvas na Bahia, e 91.258 estão desabrigadas ou desalojadas. Ao todo, 136 cidades baianas estão em situação de emergência.

“A avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. A resposta do Ministério das Relações Exteriores à Embaixada Argentina é clara a esse respeito”.

O presidente informou ainda que o governo federal está aberto a ajuda e doações internacionais. “Ontem [quarta, 29], o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA): são barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro”.

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