Ministério da Saúde pode fechar acordo por doses da CoronaVac para vacinar crianças
Imunizante foi autorizado pela Anvisa para vacinar público de 6 a 17 anos
A vacinação contra a Covid-19 em crianças pode ser ampliada no Brasil. Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso da CoronaVac para imunizar o público de 6 a 17 anos, o Ministério da Saúde manifestou o interesse de comprar 7 milhões de doses do imunizante. Assim, vai haver a inclusão no Programa Nacional de Imunização.
A informação foi confirmada nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Butantan e o acordo pode ser chegado ainda hoje. Depois da liberação da Anvisa, o Governo de São Paulo começou aplicar a CoronaVac nas crianças. Ainda nesta manhã, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse a pasta vai avaliar as orientações da Anvisa e repassar aos estados.
“A gente vai avaliar todas as recomendações da Anvisa que foram feitas ontem para que a gente possa orientar de forma correta os estados e municípios. Depois de incorporada no PNI, os estados estão liberados para aplicar”, disse Cruz.
Histórico polêmico
Em outubro de 2021, o Ministério da Saúde afirmou que não faria aquisição de novos lotes de CoronaVac para o calendário nacional de vacinação de 2022. A vacina foi a primeira a ser aplicada na população brasileira e a responsável pela maior parte da imunização até que outras vacinas fossem adquiridas.
No entanto, seu uso sempre foi motivo de embate político entre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e do governador João Doria (PSDB). Após a entrega pelo Butantan de todos os 100 milhões de doses do contrato com o governo federal para o PNI, sobraram 15 milhões de doses da vacina sem interessados em comprá-las.
Inicialmente, o Instituto Butantan declarou que, desses 15 milhões, 12 milhões haviam sido reservados ao governo de São Paulo para a aplicação em crianças assim que a autorização fosse concedida pela Anvisa.
No entanto, em coletiva de imprensa nesta quinta (20), Dimas Covas, declarou que, dos 15 milhões de doses disponíveis, 4 milhões já foram entregues para o estado de São Paulo e outros 4 milhões serão enviados nos próximos dias. Os 7 milhões de doses restantes devem ser reservados para ofertar ao Ministério da Saúde.
Segundo o diretor, o Butantan possui capacidade para produção de mais doses caso seja manifestado interesse pelo governo federal ou por estados. “Nossa atividade industrial pode ser retomada a qualquer momento. Podemos chegar, como foi feito no primeiro fornecimento ao ministério, a fornecer até 100 milhões de doses. Depende da demanda, e estamos totalmente preparados para atender a demanda.”
Fábrica da CoronaVac no Brasil
A fábrica nacional para produção da CoronaVac sem a dependência de insumos da China, no entanto, não está pronta. Prometida para ser entregue em setembro de 2021, a obra sofreu atraso e ainda faltam equipamentos importados. Para ser inaugurada, a planta também depende de inspeção da Anvisa.
“A fabrica está na sua fase final de estrutura física de obras civis e já recebendo equipamentos. Então esses equipamentos estão sendo instalados, e isso vai permitir que ela entre em operação, não ainda produzindo as vacinas para distribuições, mas para ser qualificada, inclusive pela nossa Anvisa”, disse Dimas Covas nesta quinta.
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