Argentina registra mortes e pessoas hospitalizadas por cocaína envenenada
Polícia descobriu que a droga inha mistura de veneno de rato


Vinte pessoas morreram em virtude de uma cocaína envenenada na Argentina. Outras 74 pessoas estão hospitalizadas e o caso está sendo investigado pela policia local. O que se sabe é que a droga passou por mistura de veneno de rato.
A imprensa argentina noticiou estes números, mas de acordo com o governo, o número real pode ser ainda maior. As mais de 70 pessoas internadas tiveram sintomas de dificuldades de respiiração, de permanecer em pé, mas tmabém convulsões.
“O que está acontecendo é inédito. Peço a quem comprou [cocaína] nas últimas 24 horas que a descarte. É fulminante. Esta droga tem substância extremamente mortal“, disse o secretário de Segurança da província de Buenos Aires, Sergio Berni.
Segundo ele, entre os que consumiram do que chamou de “cocaína envenenada” estão pessoas com diferentes níveis de intoxicação, incluindo “muito graves”.
A intoxicação
Em entrevista à BBC News Brasil, assessores do governo provincial da Argentina informaram que o número de mortes pode ser ainda maior. Toda a Argentina está comovida e cobra por respostas. Por enquanto nove pessoas são presas durante operação que apreendeu papelotes, mas as investigações prosseguem.
A ex-ministra de Segurança, Patricia Bullrich, opositora do governo atual, disse que “é um dia triste na história argentina”. Especialistas em toxicologia disseram que a situação representava um “alerta epidemiológico”, já que não se sabia quantas pessoas podem ter consumido a cocaína adulterada.
“O sistema de saúde deveria estar atento e preparado para receber estas pessoas de forma urgente, não se sabe quantos podem estar nesta situação crítica. Esta situação deve ser enfrentada como uma crise sanitária de surto epidemiológico, como recomenda o CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças]”, disse o presidente da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica, Roberto Debbag.
Pacote rosa
Os envelopes com o conteúdo rosado eram vendidos a 200 pesos (R$ 10) na localidade de casas simples e inacabadas de Puerto 8, segundo a polícia local. A polícia e os investigadores não descartam que a venda da droga possa ser parte da briga entre quadrilhas de traficantes.
“Na pandemia, aumentou muito o consumo de bebidas alcoólicas e também de drogas”, disse a toxicóloga Mónica Nápoli. O debate público, entre autoridades dos governos e toxicólogos, era sobre que tipo de “veneno” poderia ter sido inserido na cocaína e se a ação teria sido acidental ou proposital.
O toxicólogo Carlos Damín disse à emissora de televisão TN, de Buenos Aires, que a cocaína costuma ser “adulterada” na Argentina com “talcos e medicamentos anti-inflamatórios”.
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