Política

Geraldo Alckmin oficializa a filiação com o PSB e deve ser o vice de Lula na chapa presidencial

Os dois devem concorrer à Presidência da República

Está oficializado. O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, agora está filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e está prestes a formalizar uma chapa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a disputa da Presidência da República. Nas palavras de Alckmin, Lula é “hoje, aquele que melhor reflete o sentimento de esperança do povo brasileiro.”

A entrada de Alckmin no PSB faz parte das movimentações para que ele seja vice na chapa de Lula para a disputa da presidência da República, nas Eleições de outubro. O ato de filiação aconteceu em Brasília, contou com a presença de políticos e parlamentares do PSB e do PT, e foi marcado por críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

As negociações para que o ex-tucano e ex-adversário petista seja o vice de Lula nas eleições de 2022 vêm se desenrolando nos últimos meses. A previsão é que a chapa Lula-Alckmin seja oficialmente anunciada em meados de abril.

“Quero cumprimentar o PSB pela decisão de apoiar o presidente Lula para a presidência da República. É ele. Nós temos que ter os olhos abertos para enxergar, a humildade para entender, que ele é, hoje, quem melhor interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro. Aliás, ele representa a própria democracia, porque ele é fruto da democracia”, disse Alckmin.

A ida ao PSB

O ingresso de Alckmin no PSB ocorre dez dias do prazo limite para que candidatos que queiram disputar a eleição deste ano estejam filiados a um partido político. Após o discurso, questionado por jornalistas sobre a chapa com Lula, Alckmin afirmou que se filiou ao PSB “para somar” com o partido e que “chapa é para frente.”

Ele disse ainda que mantém conversas com o ex-presidente Lula e que “não tem nenhuma data definida” para o anúncio da eventual chapa.

“Também vejo que não tem nenhuma pressa para isso. Importante foi a definição do PSB, uma definição de responsabilidade e compromisso com o Brasil, de apoio ao presidente Lula, baseado na defesa da democracia, da retomada do emprego e renda no Brasil”, disse.

Apoio e discordância

Alckmin também afirmou acreditar que Lula, se eleito presidente, vai reinserir o Brasil no cenário mundial. “Vai alargar o horizonte do desenvolvimento econômico e vai diminuir essa triste diferença social que temos no país. O Brasil precisa ser bom não só para alguns, mas bom para todos”, destacou o ex-governador.

Após fazer o aceno a Lula, Alckmin disse que “apoiar não significa deixar de emitir discordância” e que não se pode confundir “lealdade com subserviência.”

“É preciso não confundir discordância com ultimato nem lealdade com subserviência. Lealdade é um valor praticado entre companheiros, mas há uma forma de lealdade que se sobrepõe a todas: a lealdade aos destinos do país. É essa lealdade que aqui nos une e nos congrega”, acrescentou.

Lula não compareceu ao ato de filiação de Alckmin ao PSB. Entre os petistas, estiveram presentes a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na câmara, Reginaldo Lopes (MG).

Um dos fundadores do PSDB, Alckmin deixou o partido no final de dezembro do ano passado, após mais de 33 anos de trajetória na legenda. Na ocasião, afirmou que era um “tempo de mudança” e “hora de traçar um novo caminho”.

A democracia

Durante sua fala, o ex-governador de São Paulo lembrou que enfrentou Lula no segundo turno das eleições de 2006, mas afirmou que a “questão democrática” nunca foi colocada em risco. “O debate era de outro nível. Nunca se questionou a democracia. Democracia é um valor, princípio, respeito às pessoas”, afirmou.

“A Primeira tarefa nossa é combater a mentira, porque a mentira é o que há de pior para o regime democrático”, acrescentou.

Em crítica indireta ao presidente Jair Bolsonaro, Alckmin disse ainda que quem é “displicente com o resultado das urnas”, que “ameaçam o parlamento” e que “agridem” o Supremo Tribunal Federal (STF) ataca a democracia.

“Aqueles que criticam, que desconfiam, e agem de maneira displicente em relação aos resultados das eleições, estão na realidade ofendendo a democracia. Aqueles que ameaçam o parlamento, estão ameaçando a democracia. Os que agridem o STF, estão agredindo a democracia”, disse.

Bolsonaro colocou em dúvida em diversas oportunidades a confiabilidade das urnas eletrônicas e o resultado das eleições de 2018, que foi vencida por ele. O presidente da República também criticou a Suprema Corte por investigar aliados e tomar decisões contrárias ao governo dele.

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