Nesta quinta-feira (31) a Justiça Federal determinou que o prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB) utilize tornozeleira eletrônica. Ele e outros investigados da segunda fase da Operação Nácar serão monitorados.
A 2ª fase da Operação Nácar, realizada pela Polícia Federal, em ação integrada com a Controladoria-Geral da União (CGU) e com o Tribunal de Contas da União (TCU), tem como objetivo aprofundar as investigações que apuram possíveis fraudes em contratações nas áreas da Saúde e da Educação, realizadas pela Prefeitura de Guarujá. Ao todo, 55 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
De acordo com informações da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, entre os investigados estão:
- Válter Suman (prefeito de Guarujá): A Polícia Federal aponta que ele seria o líder da organização criminosa investigada;
- Edna Suman (esposa do prefeito): De acordo com a PF, ela também seria uma das líderes da organização;
- Fabricio Henrique Maia (chefe de gabinete do prefeito): Segundo a PF, ele seria integrante da organização criminosa, sendo responsável por diversas questões administrativas na prefeitura, principalmente ligadas ás contratações fraudulentas;
- Almir Matias (empresário): Conforme a PF, seria o empresário dono e controlador de entidades que se qualificam como Organizações Sociais e firmam contrato de gestão com as prefeituras para atuarem na administração da Saúde e, realizando as contratações públicas de modo simplificado acabam firmando contratações superfaturadas e repassam recursos por serviços não prestados e para empresas fantasmas;
- Cleide Rosa da Silva (esposa de Almir): De acordo com a Polícia, é esposa de Almir e coparticipe em sua organização criminosa, sendo a pessoa que controla a movimentação bancária da empresa por onde foi desviada verba pública e se é feita a lavagem de dinheiro;
- Marcelo Feliciano Nicolau (antigo secretário de Educação): Ele foi secretário de Educação de Guarujá, tendo sido preso em flagrante junto com Suman na 1ª fase da Operação Nácar por lavagem de dinheiro. Nicolau estava em posse de aproximadamente R$ 1,7 milhões. Segundo a PF, a investigação apurou que ele era o operador da propina e responsável de diversos contratos públicos que eram indevidamente negociados com empresários;
- Hugo Passos : Segundo a PF, ele era responsável de armazenar parte do dinheiro ilícito arrecadado e realizar pagamentos a mando do prefeito; ele seria o responsável pela empresa em que estão registrados dois carros de luxo de Suman;
- Celso Roberto Bertioli Junior: Diretor de Compras, Licitações e Acompanhamento de Contratos, que, de acordo com a Polícia Federal, é a pessoa que operacionaliza a parte técnica das contratações fraudulentas. Os agentes políticos negociam os contratos e ele operacionaliza para que a contratação seja direcionada para as empresas corruptoras;
- Benedito Mota: é irmão de Edna Suman e cunhado do prefeito. A PF afirma que ele é integrante da organização criminosa com as funções de manutenção de administração do capital e patrimônio ilícito.
Regras
Todos estes investigados acima, conforme determinação judicial, estão proibidos de manter contato entre si, por qualquer meio, pessoalmente ou por intermédio de outras pessoas, com exceção daqueles que possuem vínculo familiar. Além disso, também são proibidos de manter qualquer contato com gestores, prepostos, empregados ou prestadores de serviço das organizações investigadas.
Eles também estão proibidos, conforme determinação da Justiça, de se ausentar da cidades de suas residências, por mais de cinco dias, sem autorização do juízo, assim como se ausentar do país.
Além disso, eles devem usar monitoração eletrônica. Segundo a Justiça Federal, a medida busca evitar a prática de novos delitos e garantir a eficácia da inveque stigação.
Dentre os investigados também estão Sidnei Aranha e Edilson Dias, que exerciam as funções de secretário municipal de Meio Ambiente e secretário municipal do Desenvolvimento, respectivamente, e são apontados por um empresário por terem o coagido ao pagamento de verba indevida.
Prefeitura
A Prefeitura de Guarujá, por meio de nota, informa que vem seguindo todas as ordens judiciais protocoladas em decorrência da segunda fase da Operação Nácar, que correm em completo segredo de Justiça.
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