Saúde

Ministério da Saúde confirma primeiro caso de varíola dos macacos em SP

Outros sete casos suspeitos estão sendo analisados

É oficial! O Brasil tem um caso confirmado da varíola dos macacos. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde e trata-se de um homem de 41 anos, morador de São Paulo que voltou recentemente da Espanha. Por conta disso, ele está isolado no Hospital Emílio Ribas, Zona Oeste da Capital. O país ainda investiga outros sete casos suspeitos da enfermidade.

Um deles também pode ter sido confirmado em São Paulo. Segundo a Prefeitura da Capital, uma mulher de 26 anos foi hospitalizada sob suspeita de ter contraído a varíola de macacos. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) informou ela passa bem, mas está sendo monitorada.

A Sala de Situação tem por objetivo divulgar orientações para resposta a casos dessa doença no Brasil, bem como direcionar as ações de vigilância quanto à definição de caso, processo de notificação, fluxo laboratorial e investigação epidemiológica no país.

Patrícia Carvalho, integrante do comando da sala, disse hoje (8), durante uma webinar promovida pelo ministério, que, entre os oito casos suspeitos, dois encontram-se em Santa Catarina, nos municípios de Blumenau e Dionísio Cerqueira. Outros dois estão sob acompanhamento em Rondônia. “Trata-se de um casal de Rio Crespo (RO)”, disse.

“Dos casos suspeitos, três têm históricos de viagem para fora do Brasil”, acrescentou ela referindo-se a pessoas que vieram de Portugal, Argentina e Bolívia.

Detalhes

A representante da Secretaria de Vigilância de Saúde, Janaína Sallas, detalhou que, dos oito casos em situação suspeita, cinco têm até 28 anos de idade. Os cinco do sexo masculino tem idades entre 15 e 51 anos; e os do sexo feminino, idades entre 25 e 27 anos.

Até o momento, segundo as autoridades brasileiras, existe aumento de casos confirmados em pelo menos 31 países. O número está em 1.077 casos, sendo a maior parte em países onde a doença é endêmica, localizados no continente africano.

“Essa doença é um evento incomum e inesperado em áreas não endêmicas. Trata-se de um agente com alto potencial de transmissão por contato através de gotículas, principalmente por fluidos corporais, e existe a necessidade de assegurar a assistência – o que inclui tratamento, capacidade laboratorial, equipamentos de proteção, e descontaminação”, disse Janaína Sallas.

Patrícia Carvalho destacou, também, a importância de se notificar, o quanto antes, casos suspeitos que apresentem sinais e sintomas como febre, erupção cutânea e adenomegalia (espécie de íngua). Como a transmissão pode ser por fluidos corporais, gotículas ou materiais contaminados, ela sugere, como medida de prevenção, o uso de máscaras e a lavagem de mãos.

Europa

O representando da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Wildo Navegantes, falou sobre o cenário epidemiológico internacional, em especial sobre os casos de varíola dos macacos registrados em europeus que adquiriram a doença sem terem ido aos países endêmicos.

“Ao que tudo indica, o surto teve início em meados de abril. Há alguns casos de transmissões relacionadas a atividades sexuais. Em boa parte, envolvendo relações sexuais fortuitas e com multiparceiros”, disse.

Conforme os especialistas, a vacina contra a varíola humana apresenta bons resultados contra essa versão, que costuma estar mais presente em macacos e roedores. “Infelizmente, um estudo feito no Reino Unido mostrou que apenas 14% das pessoas da comunidade tomariam a vacina, caso tivessem acesso a ela”, disse.

“Mas o mais incrível é que apenas 69% dos contatos pertencentes a um grupo de trabalhadores da saúde disseram que, se tivessem a vacina disponível para tomar, aceitariam tomar. Acreditamos que um dado como esse envolvendo profissionais da saúde, 100% deveria aderir”, lamentou o representante da Opas.

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

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