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Ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe morre após ser baleado

Ele fazia um discurso na cidade de Nara e recebeu disparos por uma espingarda

Morreu nesta sexta-feira (8) o ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, de 67 anos. Ele foi baleado durante um discurso que dava na cidade de Nara, Região Oeste do Japão. Uma espingarda foi usada no crime e o fato foi considerado um choque porque além dele ter sido a pessoa que mais ficou como líder do país, também porque mortes com armas de fogo são raras.

Segundo a imprensa local, as autoridades conseguiram identificar e prender o suspeito. A espingarda e outros materiais similares a explosivos foram apreendidos na casa do acusado.

Abe foi atacado por volta de 11h30 no horário local (23h30 de quinta-feira, no horário de Brasília) perto da estação de metrô de Yamato-Saidaiji, onde participava de um ato de campanha eleitoral. Logo após os disparos, ele caiu no chão. Imagens do momento registradas mostram o ex-premiê deitado, com as mãos sobre o peito e com a camisa ensanguentada.

O hospital universitário de Nara, para onde ele foi levado de helicóptero, informou que o ex-premiê tinha dois ferimentos “profundos”, um deles no coração, e já chegou ao local sem sinais vitais. “Ele estava sangrando muito e, infelizmente, não pudemos salvá-lo”, informou o hospital, em nota.

Segundo a agência de notícias estatal japonesa “NHK”, aos menos dois tiros foram disparados, e Abe foi atingido duas vezes, uma no peito e outra, no pescoço. A mulher do ex-premiê, Akie Abe, chegou ao hospital no final desta tarde (fim da madrugada desta sexta, no Brasil), pouco antes do anúncio da morte do marido. Ela não falou com a imprensa local.

Quem foi Shinzo Abe?

Abe esteve no poder durante oito anos e deixou o cargo em setembro de 2021. Ele foi o chefe de governo do Japão a ocupar o cargo por mais tempo. Seu sucessor, o 100º primeiro-ministro do país, é Fumio Kishida, ex-ministro das Relações Exteriores, eleito em outubro de 2021.

Ao renunciar, Abe alegou motivos de saúde. Ele sofre de colite ulcerativa crônica, uma doença que já o havia tirado do poder em uma outra ocasião, em 2007.

Repercussão

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, que pertence ao mesmo partido político de Abe e o sucedeu no cargo, chamou o episódio de “ataque imperdoável” e afirmou que garantirá as liberdades e respeito à democracia no país.

“Tenho um grande respeito pelo legado de Shinzo Abe e ofereço minhas condolências”, afirmou Kishida. “Agora, uma eleição livre e justa é algo que temos que defender acima de tudo”.

Já o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, disse que Abe foi vítima de “um ato bárbaro absolutamente imperdoável”.

Um suspeito, um homem de 42 anos, foi detido por tentativa de homicídio. Segundo a imprensa japonesa, o atirador é um ex-integrante da Marinha do Japão.

A “NHK” afirmou que o suspeito foi identificado como Tetsuya Yamagami. Segundo a agência, o detido alegou que estava insatisfeito com Abe e queria matá-lo, mas a polícia não confirmou o relato da estatal.

 

A polícia afirmou também ter recuperado a arma usada no ataque. A imprensa local disse tratar-se de uma espingarda caseira, de fabricação grosseira.

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