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Segunda noite do Desfile das Escolas de Samba de Santos tem muita festa e alegria

Tanto a Passarela Dráuzio da Cruz, como a arquibancada estavam em êxtase com as apresentações

Se o primeiro dia do Desfile das Escolas de Samba de Santos já foi animação pura dentro e fora da Passarela Dráuzio da Cruz, nesse sábado (11) e a madrugada de domingo (12), não foi diferente. Com as arquibancadas lotadas, a festa prevaleceu e as agremiações arrasaram nas apresentações.

Desde às 20h, o público ficou encantado com as apresentações do Grupo de Acesso Padre Paulo, Império da Vila e Imperatriz Alvinegra. Além disso, as cinco escolas do Especial que fecharam o desfile: Sangue Jovem, Unidos dos Morros, Real Mocidade, Independência e União Imperial, também deram um show de apresentação.

No segundo dia de desfile, cerca de seis mil expectadores (cinco mil nas arquibancadas e mil nos camarotes) lotaram a Passarela do Samba Dráuzio da Cruz e fizeram a festa durante o desfile das escolas de samba. Era impossível ver algum setor da arquibancada em que as pessoas não estivessem sambando, se divertindo e, é claro, vivenciando cada um dos enredos entoados pelas agremiações.

Veja como foi o enredo e o desempenho de cada escola de samba:

Padre Paulo

Abrindo o segundo dia dos desfiles, a Mocidade Independente de Padre Miguel trouxe para a passarela o enredo “Yalodê, um banho de axé e felicidade na folia”, do carnavalesco Fábio Gouvêa, que fez uma homenagem a Oxum, que para os Yorubás é considerada a Orixá que reina sobre as águas doces.

Com 800 componentes, 13 alas e duas alegorias, a agremiação começou o desfile as 20h25 e encerrou o trajeto em 57 minutos devido ao atraso, o que infelizmente deverá custar pontos preciosos para a escola, que tentou acelerar ao máximo o desfile.

Império da Vila

Logo em seguida, a escola Império da Vila entrou em cena para homenagear os 50 anos de samba de João Henrique Corrêa da Luz, o Makumba. Ao todo, 600 componentes, 10 alas e um carro alegórico contaram a história do sambista e compositor, da infância aos dias atuais, passando pela origem do apelido e a descoberta do samba.

Sob o enredo “Makumba – Do culto mágico à magia do samba”, da carnavalesca Lúcia Lamela, o desfile aconteceu das 21h19h às 22h sob a voz do intérprete Makumbinha, filho do homenageado.

O destaque da agremiação fundada na Vila Nova foi a alegoria que fazia tributo aos sambistas que fizeram parte da história de Makumba, bem como trazia os símbolos garrafais “X9”, em homenagem à escola pela qual o compositor se apaixonou assim que descobriu o samba.

Imperatriz Alvinegra

Por volta das 22h30 foi a vez da Imperatriz Alvinegra entrar na avenida para encerrar os desfiles do grupo de acesso. Com 900 componentes, 10 alas, uma alegoria e um quadripé, a escola sediada em São Vicente trouxe o enredo “A Imperatriz vai te emBARÁ!”, do carnavalesco Pedrinho da Rima, que prestou uma homenagem a Genaro Vila Nova, o Mestre Bará, Embaixador do Samba na Baixada Santista e um dos maiores símbolos do Carnaval na Nossa Região.

O desfile emocionou os presentes, que lembraram do mestre falecido em 2019. A escola deixou a avenida por volta das 23h, depois de 45 minutos de festa e nostalgia.

Sangue Jovem

Abrindo o grupo especial, às 23h25, a Sangue Jovem também homenageou uma importante personalidade do samba: Solange Cruz, que preside há 20 anos a escola Mocidade Alegre, uma tradicional agremiação da Capital. Sob o enredo ‘No Nome, a Cruz… Na Mão, o Terço… De Sangue e Alma Jovem, eis Solange, a Leoa do Samba’, 1.100 componentes desfilaram em 15 alas, dois carros alegóricos e um quadripé.

Em 55 minutos de apresentação, a escola celebrou as mulheres, o samba e a religiosidade de Solange, trazendo uma imensa alegoria dourada, representando a luz do sagrado. Borboletas que aludiam à transformação e conquistas da homenageada, bem como um carro alegórico com a figura do busto de Solange, encantaram o público. Uma bandeira com os dizeres “Pelé Eterno” finalizou o desfile, homenageando o Rei do Futebol, falecido em dezembro.

Unidos dos Morros

Com enredo “Desce o Morro construindo história: Armênio Mendes – O empreendedor dos sonhos”, do carnavalesco Igor Carneiro, a Unidos dos Morros prestou uma homenagem ao empresário português, falecido em 2017, que se transformou numa das figuras mais emblemáticas e significativas da Cidade.

A escola entrou na avenida com 1100 componentes, 12 alas e duas alegorias, com o objetivo de replicar a grandiosidade das obras e história de vida de Mendes.

Durante o desfile, as bandeiras da escola tremularam pelas arquibancadas lotadas, que cantaram junto o samba enredo e se admiraram, principalmente, com as cores das fantasias e carros alegóricos, além de uma comissão de frente que simulava tijolos de barro. A escola deixou a avenida por volta da 1h35, depois de 55 minutos cravados de festa.

Real Mocidade

O desenvolvimento de Santos unido aos costumes, religiosidade e progresso dos caiçaras, os povos do mar, embalaram o desfile da Real Mocidade, entre as 1h56 e 2h50. A escola do Marapé apresentou o enredo “Crônica Caiçara: um porto de fé, esperança e progresso”, com corpo de 1.200 componentes, 15 alas, dois carros alegóricos e um quadripé.

A agremiação que tinha Tiganá como intérprete trouxe o oceano para a Passarela Dráuzio da Cruz, com uma alegoria em formato de barco e outra na figura de Iemanjá, orixá das religiões de matriz africana considerada a rainha das águas. A miscigenação do povo brasileiro foi representada pelas raízes portuguesas, africanas e indígenas, enquanto o trabalho no porto foi trazido nas vestes laranja da bateria e por um quadripé que representava um trabalhador do porto.

Mocidade Independência

Com um desfile que buscava lembrar a irreverência e alegria trazidas por um verdadeiro mestre do humor, a Mocidade Independência entrou na avenida às 3h10 da madrugada de domingo com o enredo “Chico Anysio… A arte de fazer sorrir”, feito em conjunto pela comissão de carnaval da escola.

Com 1200 componentes, 14 alas e três alegorias, a escola do Jardim Casqueiro, de Cubatão, buscou replicar um pouco da imponência dessa que foi uma das maiores figuras da televisão brasileira.

Mesmo durante a madrugada, a agremiação emocionou os presentes que recordaram os momentos de alegria vividos ao assistir o comediante, com cada ala representando diversos personagens marcantes. A escola encerrou o desfile por volta das 4h, depois de 51 minutos de alegria que teriam enchido o Chico Anysio de orgulho.

União Imperial

“Se Avexe não! O Marapé é Cabra da Peste, no Meu Carnaval Made In Nordeste” foi o enredo que deu o tom do último desfile das escolas de samba de Santos no Carnaval 2023. A homenagem ao povo nordestino foi da União Imperial, que entrou na passarela às 4h23 e encerrou a festa às 5h17, com seus 1.200 componentes, 13 alas, duas alegorias e dois quadripés.

Campeã do grupo especial em dez ocasiões diferentes, a agremiação trouxe para a passarela elementos culturais do Nordeste, como o mandacaru, a religiosidade e os ritmos musicais, tais como ciranda e coco de embolada.

O destaque da apresentação foram os carros alegóricos: um representou a atmosfera nordestina por meio do cangaço, cactos, arraiá e o sol, remetendo ao clima árido, enquanto o outro trouxe um trio elétrico, homenageando o carnaval mais famoso do Brasil. A madrinha de bateria Sheila Carvalho, que é apresentadora e ex-dançarina, também esteve presente.

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