Aumento de casos de gastroenterite preocupa cidades da Baixada Santista
São Vicente registra aumento expressivo no número de atendimentos; médicos alertam sobre riscos de complicações em casos graves
Entre os dias 30 de dezembro de 2024 e 5 de janeiro de 2025, São Vicente, na Baixada Santista, enfrentou um pico no número de atendimentos médicos relacionados a sintomas gastrointestinais. No total, foram registrados 4.239 casos, um número superior ao de atendimentos registrados durante os meses de novembro (1.657) e dezembro (1.754), que somaram 3.411 atendimentos.
A cidade foi uma das participantes da reunião promovida pela Secretaria de Estado da Saúde no dia 6 de janeiro, para discutir o aumento dos casos de gastroenterite na região.
Em nota oficial, a Secretaria de Saúde de São Vicente afirmou que, apesar do crescimento nos atendimentos, o cenário está sob controle e não há necessidade de um plano emergencial. No entanto, a Prefeitura e a Secretaria de Saúde aguardam o resultado de análises feitas no Instituto Adolfo Lutz, que vão determinar se os casos são provocados por vírus, bactérias ou parasitas.
Demanda também aumenta em outras cidades da Baixada Santista
Além de São Vicente, outras cidades da região também registraram aumento no número de atendimentos relacionados a sintomas de gastroenterite. Em Santos, por exemplo, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade, como a Central, Zona Leste e Zona Noroeste, registraram 2.147 atendimentos em novembro de 2024, 2.264 atendimentos em dezembro e 1.339 atendimentos entre os dias 1º e 6 de janeiro, representando 59,1% do total de dezembro.
Na Santa Casa de Santos, os números também cresceram, com 622 atendimentos em novembro, 567 em dezembro e 412 no início de janeiro, uma média de 80 atendimentos diários.
Em Itanhaém, o aumento foi igualmente notável, com uma média de 229 atendimentos diários entre os dias 1º e 5 de janeiro, totalizando 1.145 pacientes atendidos. Em Mongaguá, entre 23 de dezembro e 4 de janeiro, os serviços de urgência e emergência realizaram 1.783 atendimentos.
Aumento da demanda leva a ajustes nas unidades de saúde
Em Guarujá, a Prefeitura precisou ajustar sua infraestrutura para lidar com a alta demanda. As UPAs Enseada e Rodoviária tiveram a capacidade aumentada e outras três unidades estenderam o horário de funcionamento. No entanto, a cidade não registrou mais picos de atendimento desde o dia 4 de janeiro, quando a situação foi normalizada.
Quando buscar ajuda médica?
O infectologista Marcelo Neubauer alerta que, em casos leves, sintomas como náuseas, vômitos e diarreia podem ser controlados com hidratação e remédios simples para enjoo, sem a necessidade de atendimento médico. No entanto, ele enfatiza que pessoas com comorbidades ou dos extremos de idade (como crianças pequenas e idosos) devem buscar ajuda médica, pois o quadro pode evoluir rapidamente.
“Mais do que a diarreia, o que preocupa muito a gente nessas viroses são os vômitos. Se a pessoa tiver diarreia e conseguir manter a hidratação, beber líquidos, isotônicos, soro de hidratação, tudo bem. Agora, se ela está vomitando, não consegue ingerir líquidos adequados e está com diarreia, o quadro pode rapidamente complicar”, alerta o especialista.
A população deve se atentar aos sintomas e, caso não haja melhora com o tratamento convencional, buscar um serviço de saúde o mais rápido possível para evitar complicações.
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