Muito além do suco de laranja: tarifaço de Trump pode aumentar o custo do básico no Brasil

O pacote tarifário dos Estados Unidos contra produtos brasileiros, com alíquota de 50% válida a partir de 1º de agosto, pode impactar diretamente o custo de vida do brasileiro, pressionando o câmbio, a inflação e os preços de itens essenciais, como alimentos, combustíveis e produtos de limpeza. A avaliação é de Raissa Florence, economista e diretora na Oz Câmbio, que alerta para o efeito imediato da medida sobre o dólar e a cadeia de importação.

“É um momento que exige habilidade da diplomacia e clareza fiscal. Caso contrário, o dólar pode seguir pressionado, e o impacto direto disso aparece no supermercado, no posto e nas despesas do dia a dia. O Brasil tem uma dependência elevada de insumos e bens importados. Quando há um movimento como esse, tarifas unilaterais sobre produtos brasileiros, o mercado reage com aumento da volatilidade cambial. Isso encarece tanto a reposição nas prateleiras quanto os custos logísticos, refletindo no preço final ao consumidor”, explica.

Desde que a carta do presidente Donald Trump ao presidente Lula foi tornada pública (em 9 de julho), o dólar futuro disparou e a Bolsa brasileira intensificou suas perdas. O cenário é de instabilidade tanto externa quanto interna: além do atrito diplomático, a recente aprovação de novas despesas pela Câmara também elevou a desconfiança fiscal.

Raissa Florence é economista e diretora da Oz Câmbio, corretora licenciada pelo Banco Central, e destaca, ainda, que esse tipo de cenário afeta especialmente as famílias de renda média e os pequenos negócios, mais expostos à variação de preços e sem mecanismos de proteção cambial.

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