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Artigo – Os 20 anos do penta. Enredo da Seleção de 2002 é similar ao de 2022

Seleção Brasileira tentará no Catar voltar a ser campeã do mundo

Por Leonardo Francisco

Japão, Yokohama, 30 de junho de 2002. Nesta exata data, há 20 anos que o torcedor brasileiro pôde sorrir pra valer pela última vez e soltar o grito de campeão do mundo. Pouco mais de 10h da manhã daquele fatídico domingo que o povo tomou café comemorando o penta da Copa do Mundo ganha pelo Brasil contra uma questionável Alemanha.

Passados 20 anos, por incrível que pareça, o clima é parecido. Embora a campanha da Seleção Brasileira de Tite tenha sido impecável e sem derrota nas Eliminatórias da Copa. Isso comparando com o Brasil pré-Copa de 2002, onde por pouco não se classificou. Uma coisa há em comum entre estas seleções: a desconfiança da torcida.

Ronaldo foi artilheiro de 2002, con direito a gol na final. Créditos: Divulgação/CBF

Sim, no intervalo de 1998 e 2002, nomes espetaculares como Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos, Cafu, Marcos e Ronaldinho, embora craques, eram vistos com olhos tortos. Ronaldo, o então o maior astro da Seleção, tinha sofrido uma grave lesão no joelho e era incerto até se ele voltaria a jogar futebol. O que felizmente aconteceu e ele voltou com tudo garantindo penta.

Outra coincidência, na Copa anterior, em 1998, a campeã era a França. E em 2018, os franceses também foram campeões. Mas em 2002, quem sorriu foram os brasileiros, que conseguiram cativar a torcida com arte, mas muita garra, entrega e amor à camisa.

No atual cenário, embora com uma campanha maravilhosa, nomes como Neymar, Vini Jr., Rodrygo, Phillipe Coutinho, Raphinha, Matheus Cunha, Danilo e Alexsandro, também não dão a certeza do desempenho da Seleção.

Os medos que as duas seleções tiveram com a torcida era sobre como que o Brasil iria encarar as potências, como França, atual campeã mundial, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra e Argentina. Há quem tenha medo das seleções de médio porte, como Sérvia, Suíça, Bélgica e Senegal, por exemplo.

Neste intervalo de 2002-2022, centenas de jogadores, alguns com potencial de repetirem façanhas de Ronaldinho Gaúcho e Kaká, eleitos melhores do mundo da FIFA, vestiram a “amarelinha”, mas sem o mesmo sucesso. Seleções que davam confiança de que o hexacampeonato enfim viria, como foram os casos das Seleções de 2006 na Alemanha, 2010 na África do Sul e 2014, em solo brasileiro. Mas o resultado final se resumiram a frustrações e antipatia.

Passados 20 anos, o cenário é parecido. Os europeus que já levantaram a Copa do Mundo (França, Espanha, Alemanha e Inglaterra) e a Argentina, novamente são colocadas como mais favoritas ao título do que o Brasil. Enquanto que a nossa seleção “canarinho” estava com uma baixa estima daquelas. Mas o fim daquela história de 2002, foi uma festa e um amor incondicional pelos atletas que dura até hoje.

Não estou aqui para convencer de que agora a torcida tem que soltar mil elogios à Seleção Brasileira. Mas sim para apontar coincidências que a Copa de 2002 trouxe em relação a 2022. Do sentimento de descrença, falta de fé e medo, até a superação, confiança, busca de apoio e no fim, o sorriso do título do penta.

Créditos: Reprodução

Fica a expectativa de que a atual Seleção Brasileira, que chega forte sim, possa ter a mesma inspiração que o solo asiático trouxe outrora em 2002 na Coreia do Sul e Japão. O torcedor brasileiro não quer saber do quanto que os jogadores ganham, onde jogam e tudo mais. O torcedor quer sim ver um Brasil comendo grama, dando raça, carrinho, dribles, sendo objetivo, persistente e talentoso para vencer seus jogos e voltar a levantar de vez a taça. Não quer saber de premiações passadas individuais e nem de títulos conquistados nos clubes onde atuam. Ele quer que os jogadores demonstrem a mesma gana dos times que jogam, defendendo a Seleção Brasileira.

Que eles possam se inspirar em lendas como Gilmar, Taffarel, Marcos, Cafu, Carlos Alberto Torres, Nilton Santos, Lúcio, Zito, Zagallo, Roberto Carlos, Dunga, Pepe, Rivelino, Clodoaldo, Garrincha, Romário, Bebeto, Rivaldo, Ronaldinho, Ronaldo e o maior de todos, Pelé.

Que o verde emane esperança, o amarelo traga luz, força e inspiração para apresentar um grande futebol, que o azul sirva de sabedoria e boas vibrações e que o branco represente a paz e a exibição de um futebol puro com categoria, habilidades e busca por eficiência aos jogadores e a comissão técnica. Os sinais estão aí, é hora da Seleção Brasileira acordar e mostrar ao mundo, que o futebol genuíno e campeão ainda vive e ele veste verde, amarelo, azul e branco.

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