Sobe para 40 o número de mortos no Litoral de SP no maior volume de chuva da história do Brasil
Outras 2,5 mil pessoas tiveram de deixar as casas. Equipes dos governos municipal, estadual e federal estão mobilizadas para os resgates
Chegou a 40 o número de mortos pelas fortes chuvas que caíram no Litoral de São Paulo neste final de semana. Deste total, 39 foram em São Sebastião e uma em Ubatuba. Outras 2,5 mil pessoas tiveram de deixar as casas e estão ou desabrigadas ou desalojadas. De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume de chuva que caiu em 24 horas na região é o maior registrado da história do Brasil.
Segundo os órgãos, o volume foi de 683 milímetros acumulados no período, é o maior registro do sistema até o momento. Na tragédia de Petrópolis, em 2022, foram registrados 534,4 milímetros. Já o recorde do Inmet, de 1991, da cidade de Florianópolis, é de 404,8 mm em 24 horas.
Segundo o Governo de São Paulo, mais de mil pessoas precisaram deixar suas casas no litoral. Em todo o estado de São Paulo, são 1.730 desalojados e 766 desabrigados. Em Bertioga, foram registrados alagamentos, queda de árvores e barreiras e falta de luz. A rodovia Rio-Santos ficou interditada.
O triste recorde foi citado pelo governo de São Paulo, em nota divulgada nesta segunda-feira (20).
“São Sebastião foi um dos municípios mais afetados neste feriado prolongado de carnaval, com deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. O número de mortos já supera a tragédia de Franco da Rocha, em 2022, com o deslizamento que matou 18 pessoas. O acumulado de chuva nessa oportunidade foi de 70 milímetros em 24 horas”, afirmou.
Resgate
Aeronaves do Exército serão enviadas para ajudar no resgate de vítimas da chuva em São Sebastião. Mais de 100 bombeiros estão empenhados no resgate das vítimas no litoral norte.
Na Barra do Sahy, na costa sul de São Sebastião, um hospital improvisado foi montado dentro de uma escola enquanto o resgate estadual não chega. As vítimas são resgatadas dos escombros pelos próprios moradores e levadas de carro ou carregadas nos braços até a instituição.
Na escola, elas estão sendo atendidas por um enfermeiro voluntário, em cima de carteiras escolares. Há mulheres, crianças e adultos feridos.
Já a Polícia Civil informou que vai usar digitais para fazer a identificação das vítimas da forte chuva. De acordo com José Vinciprova Sobrinho, delegado seccional de São Sebastião, o procedimento é preciso porque muitas vítimas foram encontradas sem documento.
Os corpos encontrados na região estão sendo transportados por aeronaves para o Hospital das Clínicas, onde foi montada uma estrutura do Instituto Médico Legal.
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