A crise da COVID-19 está gigantesca em Manaus, no Amazonas. A saúde precisa de respiro porque o número de internações e o aumento de casos vem se superando a cada dia. Por causa disso faltam oxigênio em diversas unidades de saúde e hospitais da capital amazonense. O estado está obrigado a enviar os pacientes de coronavírus para outros estados e isso gera uma sobrecarga.
Outro problema grave é que já não existem vagas para as pessoas serem enterradas. O jeito foi instalar câmaras frigoríficas. A média móvel de mortes está em 183% de aumento nos últimos 7 dias em Amazonas. Até o momento mais 219 mil já foram infectados pela COVID-19 e, dessas, 5,8 mil morreram pela doença.
As internações ultrapassaram o limite. Em abril, mês do pico anterior da COVID-19, Manaus registrou 2.128 pacientes. Mas nos doze primeiros dias de janeiro deste ano, o número saltou para 2.221.
Oxigênio
As cenas mais vistas pela capital do Amazonas são de médicos, enfermeiros e acompanhantes na corrida para transportar cilindros. Muitos são levados nos carros para ajudar os hospitais na demanda. Um deles é o Hospital Universitário Getúlio Vargas, onde quem está por lá relata que a situação é tão caótica que lembra uma guerra.
O representante do Ministério da Saúde, Coronel Franco Duarte diz que o consumo por pacientes em leitos clínicos cresceu demais. “Aquele paciente que não está no leito de UTI é o que consome mais, porque ele fica ao lado do regulador de oxigênio. A sensação é de falta de ar, e você abrindo o acesso ao oxigênio, você tem a sensação de bem-estar, mas, em contrapartida, aumenta muito essa demanda”, disse.
Já o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo disse que a crise do abastecimento tomou conta do estado. Porém afirmou que o Ministério da Saúde e as Forças Armadas estão trabalhando no apoio logístico para a entrega do oxigênio. Inclusive já há um trabalho para que haja uma importação da substância produzida na Venezuela.
Medidas contra a COVID-19
Além da transparência de pacientes para outros estados, como Goiás, Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Brasilia, o governo amazonense tem tomado outras medidas para frear novos casos de coronavírus. Um deles é a proibição da circulação de pessoas em Manaus entre 19h e 6h. Todas as atividades, exceto serviços essenciais para a vida, também estarão proibidos de abrir. A medida deve valer a partir da publicação do decreto, prevista ainda para esta quinta.
Entre as medidas, estão:
- suspensão do transporte coletivo de passageiros entre rodovias e rios do estado
- fechamento de todas as atividades e circulação de pessoas entre 19h e 6h; só pode sair de casa quem trabalha em áreas estratégicas: saúde, segurança pública, imprensa
- funcionamento de farmácias entre 19h e 6h, por delivery ou sob demanda.
Desde o dia 2 de janeiro deste ano, atividades do comércio não essencial estão proibidas, com previsão de interdições e multas diárias de até R$ 50 mil. Além do comércio geral fechado, restaurantes só podem funcionar para delivery e estão proibidas festas e reuniões. As medidas valem por 15 dias, mas podem ser prorrogadas.
Nesta terça (12), o governo do Amazonas proibiu o funcionamento de academias e o transporte intermunicipal de passageiros.
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