População de rua cresce em Santos
Estudo da Unifesp revela dados e busca medidas junto com a Prefeitura
Um relatório do Censo da População em Situação de Rua em Santos foi divulgado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele é parcial, mas já aponta que houve aumento no número de pessoas vivendo nas ruas, praças, avenidas e até nas praias. Ele foi de 71,2% na cidade.
O estudo é feito pela universidade, mas conta com parceria da Prefeitura e a meta, além de definir políticas públicas para tentar mudar a realidade destas pessoas, é conhecer a origem e as razões de cada uma delas viverem nesta situação.
Participam deste relatório os professores, estudantes e profissionais das secretarias de Desenvolvimento Social, de Saúde e de Segurança. Eles percorreram os pontos de pernoite, coletando os dados de cada pessoa em situação de rua.
O relatório parcial aponta que, entre 2009 e 2019, houve crescimento de 71,2% de pessoas em situação de rua na cidade. O relatório final deve ser divulgado pela universidade no primeiro semestre de 2021. No total, foram contadas 868 pessoas nessa condição. Entre os principais motivos apontados pelos entrevistados para o desabrigo, estão conflitos familiares (46,5% dos entrevistados), desemprego (37,1%), uso abusivo de álcool e drogas (32,4%) e perda de moradia (14,1%).
O que diz a Prefeitura?
A pesquisa ainda mostra que, das 107 pessoas que usam os serviços de acolhimento, a maioria está no Seacolhe (41%) e no Albergue Noturno (35%). Em Santos, há 21 unidades de acolhimento, sendo nove governamentais e 12 não-governamentais, que fazem parte da Rede Socioassistencial do Município, atendendo população em situação de rua, crianças, adolescentes, adultos e idosos, mulheres vítimas de violência e pessoas com paralisia cerebral.
“O censo é uma ferramenta fundamental de gestão pública, que nos embasa para um planejamento em conjunto com a sociedade civil, com o propósito de melhorar os serviços de acolhimento à população de rua, dentro das normativas federais e critérios do município. Esta questão requer não apenas a atualização da contagem daqueles que vivem nas ruas, mas o conhecimento de suas condições de vida e desigualdades”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Social, Carlos Mota, em texto enviado à imprensa.
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