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Morro de Guarujá recebe obras contra deslizamentos

Intenção é impedir que a tragédia de março deste ano se repita

O Morro Bela Vista, também chamado de Macaco Molhado, no Guarujá, está recebendo obras de contenção. Elas estão praticamente finalizadas e restam pequenos detalhes para ser encerrada. Ao todo foram investidos R$ 25 milhões do Governo do Estado para a recuperação do local.

Em março deste ano, o local foi um dos mais afetados pela tempestade que gerou grandes deslizamentos e mortes. O estado de calamidade foi publicado na época e de lá pra cá foram feitos trabalhos de remoção de vegetações, pedras e terras. Depois ocorreu a topografia para limitar a área de serviços e depois a sondagem para a elaboração do projeto executivo.

“Foram usadas três técnicas para sustentar e fazer a contenção. A primeira foi o retaludamento. Vocês podem observar lá no topo do morro, aonde a gente vê essa camada cinza, uma camada de concreto grampeado, “concreto estampado”, justamente pela dificuldade na inclinação do morro e topografia acentuada e condições de pedra. Como tem muita pedra, precisamos fazer esse trabalho. Isso surgiu a partir de uma sondagem, topografia para definir no projeto executivo, como iriamos fazer a estabilizações com contenções”, disse o secretário de Infraestrutura e Obras da Cidade, Adilson de Jesus, em entrevista ao Bom Dia Cidades, da Santa Cecília TV.

Outras etapas

Em função da inclinação do morro, foram executados métodos para impermeabilização do solo, como a projeção de concreto na parte superior e a aplicação de tirantes de solo grampeado, estruturado com malha de ferro.

“No intermediário, criamos uma plataforma, com um gramado normal e simples, até porque o terreno está em condições favoráveis. Mostramos um outro plano de concreto estampado e embaixo temos uma grama sustentável, com tela biodegradável. Como o morro é inclinado, a tela da a segurança até que a grama pegue. O resultado do plantio já surgiu efeito”, afirmou Jesus.

Outra técnica adotada foi a construção de um sistema de drenagem para auxiliar a captação de águas pluviais. Já para reduzir a velocidade da descida do líquido, escadas de dissipação de energia foram implantadas no local.

“Tem uma caneleta de coroamento no topo do morro e traz nas duas laterais captando e cuidando do encaminhamento desta água. Temos um dissipador, que chamamos de escada hidráulica. Podemos observar que são caneletas à céu aberto que ajudam água a descer e ir para um sistema de drenagem do bairro. Isso dá a segurança e dá estabilidade, para não criar uma erosão”, explicou o secretário.

Ao longo dos últimos meses, mais de 100 funcionários foram envolvidos na ação, que contou com o suporte de maquinários e, inclusive, técnicas de rapel. “Tudo foi planejado para garantir a segurança dos trabalhadores e, principalmente, daqueles que vivem no entorno. Em termos de obra e contenção, estamos tranquilos e não vamos sofrer de novo o que passamos”, concluiu o secretário municipal de Infraestrutura e Obras (Seinfra).

Como estão os outros morros?

Uma semana após os deslizamentos, a Prefeitura de Guarujá solicitou R$ 77 milhões ao Governo Federal para obras de reestruturação dos pontos afetados e limpeza. Deste montante, só foram repassados R$ 20,5 milhões, para uso específico no chamado plano de resposta rápida, que compreende a serviços de limpeza e correção de estragos.

De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplan), R$ 17 milhões estão sendo designados para limpeza e remoção de sedimentos provenientes do escorregamento das encostas dos morros Barreira do João Guarda, Vila Baiana, Engenho e Cachoeira.

Os R$ 3,5 milhões remanescentes foram usados para limpeza de vias públicas, restauração de unidades de saúde deterioradas pelos impactos das chuvas torrenciais e remoção do entulho de casas que desabaram com o deslizamento de terra.

A Prefeitura ainda aguarda verba para as obras estruturantes de contenção de encostas e prevenção de novos deslizamentos, a exemplo do Morro da Bela Vista. Para isso, o Município espera, no mínimo, R$ 42 milhões.

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