Assim como em São Paulo, Santos coloca pedras embaixo de viaduto
Ação serve para inibir a presença dos moradores de rua
Nesta semana um dos assuntos que gerou repercussão é sobre a presença da colocação de pedras embaixo de viadutos. O caso vem ocorrendo em São Paulo, mas Santos também tem seguido esta tendência. Basta passar pelo novo viaduto que interliga as avenidas Martins Fontes com a Nossa Senhora de Fátima que a pessoa vê esta cena.
O viaduto denominado de Paulo Gomes Barbosa, após ser concluído teve a colocação das pedras, a maioria muito próxima da outra e asfixadas por uma camada de cimento. A mesma cena pode ser vista próxima ao Túnel Rubens Ferreira Martins, tanto no lado do Jabaquara, como no lado do Centro. Ao todo, são 868 pessoas que estão em situação de rua.
A Prefeitura de Santos explicou que elas foram colocadas para evitar a permanência e a circulação de pessoas. Além dos moradores em situação de rua, também quer coibir que outros pedestres e até turistas permaneçam nos locais. “A medida visa a segurança da população e da estrutura do elevado”.
Além desta justificativa, o Executivo explica que esta medida também visa evitar infrações de trânsito, como parada proibida e estacionamento irregular de veículos, além de outros tipos de ocorrências que podem comprometer a integridade do viaduto, como eventuais incêndios e acidentes de trânsito.
São Paulo
Na Capital Paulista, mais precisamente na Zona Leste, as pedras foram colocadas embaixo de viadutos para impedir que pessoas em situação de rua se abriguem nesses locais. A ação foi criticada por especialistas, que dizem que a medida não é a maneira ideal para conter o crescimento da população de rua e que faltam políticas públicas eficientes.
A cidade tem, atualmente, cerca de 24 mil moradores em situação de rua. Mas para atender a demanda, centros de acolhimento estão disponibilizados em vários pontos. Só que a Rede Nossa São Paulo, existem entre 30 mil e 35 mil pessoas em situação de rua na capital paulista.
O padre Júlio Lancelotti, que é coordenador da Pastoral do Povo, apareceu para quebrar todas as pedras, ajudando uma equipe da subprefeitura da Mooca. E o sacerdote se manifestou sobre o assunto nas redes sociais.
“A instalação de pedras não impede o descarte de lixo. Se a intenção fosse essa, que fizessem um Ecoponto então, e não deixar com esse aspecto de campo de concentração de Auschwitz”, apontou ele. “Olha essa operação de guerra com 30 funcionários, dois tratores, cinco caminhões, técnicos e supervisores para desfazer o erro que fizeram em uma cidade cheia de problemas”, disse o padre.
A prefeitura esclareceu que não tinha conhecimento sobre as pedras e que a ação foi feita por um funcionário que foi identificado e exonerado do cargo. A administração municipal afirmou ainda que as pedras estão sendo retirada do local.
Leia também