Na contramão da realidade, ministro diz que não há colapso na saúde
O Brasil teve mais de 2,3 mil mortes por COVID-19
A realidade do Brasil é que a saúde está com leitos de UTI praticamente lotados de pacientes com COVID-19 e números de mortes assombrosos. Mas na contramão disso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello alega que o setor não está em colapso e pra piorar reduziu pela quinta vez a previsão de chegadas de doses da vacina.
No dia em que o Brasil chegou a 2.349 mortes registradas em um só dia pelo coronavírus, o ministro disse que o sistema de saúde brasileiro “não colapsou, nem vai colapsar”. Secretários de saúde e governadores já previam que o Brasil teria o registro diário de até 3 mil mortes por COVID-19 e cobraram providências imediatas, como uma quantia maior de vacinas, além de medidas federais para conter o avanço.
Mas a tão aguardada remessa de vacinas teve uma nova queda. Se em fevereiro a previsão era de que haveriam 46 milhões de doses, ela caiu para 39,1 milhões. Já em março, a queda foi sendo ainda maior. De 38 milhões de doses, o número caiu para 30 milhões e em seguida variou entre 25 e 28 milhões. Agora o Ministério da Saúde informa que a expectativa é receber entre 22 e 25 de milhões de doses.
“Sem a produção da Fiocruz e Butantan, nós hoje praticamente não teríamos vacinado ninguém. As doses importadas, negociadas, contratadas, empenhadas por laboratórios internacionais, nós temos muita incerteza de recebê-las. Nós estamos garantidos para março entre 22 e 25 milhões de doses, podendo chegar até 38 milhões de doses”, afirmou Pazuello.
Outro lado
Ainda que de forma lenta, o ministro Eduardo Pazuello disse que garantiu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM) que assinará já nesta quinta-feira (11) a compra de vacinas da Pfizer. Com ela a previsão é
que 100 milhões de doses sejam disponibilizadas até o final do ano. Mas a tentativa é de antecipar este número até setembro.
O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) sancionou a lei para facilitar a compra de vacinas contra a COVID-19. Mas um fato curioso chamou a atenção na solenidade. O chefe do Executivo Federal usou máscara e adotou um tom mais sereno, diferente do habitual.
Entenda a assinatura:
- PL 534/2021: facilita a compra de vacinas pela União, pelos governos estaduais e municipais e pela iniciativa privada.
- MP 1.026/2021: permite compra de vacinas antes de aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dá sete dias úteis para a agência decidir sobre a aprovação temporária de vacinas.
- PL 2.809/2020: prorroga até 31 de dezembro de 2020 a suspensão da obrigatoriedade de manutenção de metas pelos prestadores de serviço de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).
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