

O Brasil registrou a triste marca de 2.798 mortes por COVID-19 em um só dia. Este é um recorde, fazendo com que o país alcance a marca superior a 282 mil óbitos desde o começo da pandemia. Além disso, mais de 84 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença e praticamente todos os estados estão com os leitos de UTI lotados.
Ao todo o Brasil chegou a 282.400 mortes e a média móvel dos últimos 7 dias é de 1.976 vítimas fatais. Se comparado aos últimos 14 dias, o aumento foi de 48%. Os dados são do consórcio de imprensa, baseado com as informações das secretarias estaduais de saúde.
Já são 55 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil, mas pelo nono dia a marca aparece acima de 1,5 mil, aproximando-se agora de 2 mil. Foram 18 recordes seguidos nesse índice, registrados de 27 de fevereiro até aqui.
Só nos estados do Rio Grande do Sul e em São Pulo, houveram recordes de mortes por COVID-19. No estado gaúcho foram 502 vidas perdidas em um dia. Já no território paulista o número foi de 679 novas mortes. O Governo de São Paulo deve anunciar medidas ainda mais restritivas.
Realidade oposta
Mas apesar de todos os números alarmantes de casos, internações e mortes, o Governo Federal parece que vive uma outra realidade. A ilusão é que o Brasil está conduzindo bem o combate ao coronavírus. O líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado Ricardo Barros (PP) disse que a situação é considerada “confortável.
Em entrevista à GloboNews, o parlamentar usou o número de morte por milhão de habitantes para tentar justificar o momento do Brasil. Embora segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o país está no maior colapso hospitalar em toda a história.
“Olhe bem a estatística, mortes por milhão, ou seja, o cuidado do sistema de saúde com as pessoas. Reino Unido, 1.853 [mortes por milhão], em 4º lugar. Estados Unidos, 1.609 por milhão, em 11º. Brasil, 1.300 mortes por milhão, em 22º lugar”, afirmou Barros.
“Então, nosso sistema de saúde responde, está melhor no tratamento as pessoas do que a maioria dos países de primeiro mundo que estão na nossa frente em número de vacinados, mas o Brasil é o 5º do mundo em número de vacinados. Embora tenha começado mais tarde, já são 10 milhões e 300 mil vacinados e 11 milhões e 600 que já pegaram COVID-19 e estão imunes, então, a nossa situação, ela não é tão crítica assim. Comparada a outros países, é uma situação até confortável”, completou o deputado.
O ritmo da vacina
Segundo o levantamento do projeto “Our World in Data”, ligado à Universidade de Oxford, atualmente, o Brasil ocupa a 11ª posição em número absoluto de vacinados e a 89ª se levado em consideração o percentual da população que já foi vacinada. Até o momento, 4,91% da população brasileira tomou a primeira dose da vacina e 1,79% está imunizada com duas doses. Quanto ao número de mortes por milhão, o país ocupa a 23ª posição, com 1.327,28 mortes/milhão.
O ritmo da vacinação no país é considerado lento por especialistas. Se o ritmo atual for mantido, a Fiocruz prevê dois anos e meio para imunizar todos os brasileiros com mais de 18 anos; e só com a primeira dose. Em várias cidades importantes, a vacinação tem sido interrompida por falta de doses.
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